Chapter forty-nine
★ Nada não falei nada★
{Seattle, Washington}
<Victor Jones Narrando>Eu estava revisando as pistas do caso no meu notebook, concentrado. Nada de novo. Babi entrou no ambiente, segurando um milk-shake.
— Foi aonde? — questionei, e ela me entregou outro milk-shake. Fiquei um pouco surpreso com a atitude, mas fingi naturalidade. — Ah, valeu.
— Fui comprar doce, já tava com saudades, é? — Babi disse, e eu ignorei sua provocação, ligando o celular para verificar mensagens. Ela mudou de postura ao ver que eu a ignorei.
— Tá fazendo o quê?
— Tava falando com os meninos. — Respondi sem muito interesse. Babi se sentou no sofá, mas o mais longe possível de mim. O clima estava pesado de novo, nem parecia que ontem tudo estava bem.
— Me dá o controle. — Babi pediu com seu tom meio ríspido. Fiz o que ela pediu e, em seguida, bebi o milk-shake que ela me trouxe.
Enquanto ela se acomodava, comecei a observá-la mais atentamente. Seu rosto, com seus traços fortes e ao mesmo tempo delicados, era hipnotizante. O jeito como ela ajeitava o cabelo, os pequenos movimentos que fazia enquanto bebia o milk-shake, tudo nela me atraía de uma forma que eu não conseguia explicar. E sua boca, linda... mas distante de mim.
Abaixei o olhar e bebi outro gole do meu milk-shake. Cada pequeno detalhe nela, desde a forma como ela cruzava os braços até o modo como ela suspirava irritada, me fascinava. E quanto mais eu tentava negar minha atração por ela, mais forte ela ficava.
Levantei o olhar de novo para Babi e inclinei a cabeça de lado sutilmente. Intercalei olhares entre seus olhos e sua boca. Babi ajeitou o cabelo, cruzou os braços e suspirou irritada, virando-se para mim. Ajeitei a postura.
— Tá legal, Victor, o que foi?
— O que foi o quê? — Bebi o milk-shake, escondendo meu sorriso, e Bárbara me lançou um olhar de desdém. — Nada, não falei nada.
"Nada, não falei nada". Era nossa típica frase quando pensávamos algo, mas não expressávamos. Bárbara achava irritante quando eu falava isso. E eu ficava puto quando ela falava a mesma coisa. Era recíproco.
— Por que você tá me olhando? — Babi bufou, e eu fiz o que sabia fazer melhor. Neguei.
— Não tô te olhando. — Dei de ombros de um jeito cínico. — Mas bem que você queria. — Respondi, rindo levemente de um jeito sarcástico e um pouco provocativo.
— Ata. Até quando vai fingir isso?
— Fingir o quê? — Dessa vez, eu realmente fiquei levemente confuso. Tudo nessa mulher era confuso. Era isso que me atraía.
— Nada. — Ela respondeu imediatamente, como se tivesse se arrependido da fala anterior.
— Meu Deus, Bárbara, o que foi agora?
Bárbara virou o rosto, e trocamos olhares. Eu não sabia o que seus olhos diziam. Pareciam vazios como sempre, mas lá no fundo, eu via uma pontinha de dúvida. Eu sentia a mesma coisa.
— Passar muito tempo com você tá me irritando. — Ela disse, e eu fiz uma careta irônica.
— Tá brava porque eu tava te olhando? Por que isso te incomoda tanto, hein?
— Eu não disse que era isso.
— Não precisa dizer, Bárbara, você não sabe mentir. — Conheço a Babi há três anos; quando ela mente, desvia o olhar ao final da frase. E agora ela estava evitando me olhar. — Por que fica irritada quando eu te olho? — Perguntei e levantei do sofá.
Babi desviou o olhar sem responder nada, e, em um ato impulsivo, me aproximei e segurei seu maxilar. Babi enrijeceu o corpo, mas não lutou contra o meu toque, e senti que nossos olhares estavam intensos.
— Não fica irritada por eu te olhar, né? Te irrita o que você sente quando eu te olho. — Disse em um quase sussurro. E foi a primeira vez que vi a Babi ficar quieta. Consegui deixá-la sem palavras. Seus olhos indecifráveis com certeza ficariam na minha mente por um tempo. — A gente conversa quando você se acalmar.
Ironizei, soltei o rosto da Babi e dei as costas, indo para o quarto, deixando-a atordoada para trás.
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case thirty nine
FanfictionSinopse: Em um prédio do FBI no estado de Washington, cidade de Tacoma trabalham o esquadrão setenta e oito composto por sete agentes, cada um com a sua especialidade. Bárbara Sevilla e Victor Jones não se dão bem, e após uma discussão que quase fe...