Capítulo oitenta e seis.

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Chapter Eighty-Six
E presunçosa ★
{Tacoma, Washington}
<Narrador on>

O dia do tão esperado encontro finalmente havia chegado, e o clima estava carregado de tensão. Milena, Marcos, Carolina e Gabriel chegaram ao restaurante em um silêncio desconfortável, como se cada um estivesse perdido em seus próprios pensamentos.

O restaurante era elegante e sofisticado, com uma iluminação suave em tons de marrom e vermelho que proporcionava um ambiente intimista. O espaço era amplo, com mesas bem espaçadas, decoradas com velas acesas e talheres de prata. As pessoas que frequentavam o lugar eram claramente endinheiradas, e a atmosfera exalava um misto de ostentação e arrogância.

Ao se sentarem, pediram bebidas para começar, e o silêncio que pairava no ar parecia mais denso do que nunca. Gabriel mantinha seus olhos fixos em Carolina, seus pensamentos longe dali, enquanto Carolina desviava o olhar para os lados, fingindo interesse em qualquer coisa que não fosse Gabriel. Foi Marcos, com seu jeito brincalhão, quem quebrou o gelo:

— Querem ouvir uma piada?

— Não. — Carolina respondeu de forma seca, sem nem ao menos olhá-lo.

— O que o pato falou para a pata? — insistiu Marcos, ignorando a amiga e com um tom divertido, atraindo os olhares dos outros.

— Por favor, não comece com suas piadas de quinta série, Marcos. — Carolina pediu, levando a mão à testa, já antecipando a resposta.

— Vem quá! — completou ele, rindo sozinho.

Gabriel e Milena soltaram uma gargalhada, enquanto Carolina revirou os olhos, como se acabasse de ouvir a piada mais sem graça do mundo.

— Vê se cresce, Diaz. — murmurou Carolina, irritada, enquanto Marcos cruzava os braços, imitando uma criança emburrada.

— Você é chata, Decker, não acha graça em nada. — Gabriel alfinetou, e Carolina deu de ombros, despreocupada.

— Meu humor é mais refinado. Prefiro humor inteligente. — replicou ela, com um ar de superioridade.

— Mimimimimi, chata. — Marcos provocou, com um sorriso travesso, enquanto Carolina esboçava uma expressão de indiferença.

— Chata, não. Inteligente. — Carolina gesticulou com firmeza.

— E presunçosa. — Gabriel completou, com um olhar desafiador.

— Eu sou realista, é diferente. — rebateu Carolina, e Milena e Marcos se entreolharam, percebendo a tensão crescente.

— Vocês sabiam que quem briga se ama? — comentou Marcos, casualmente, enquanto analisava um pote de sal sobre a mesa, tentando aliviar o clima.

Antes que Gabriel e Carolina pudessem responder, o garçom apareceu com a bandeja. Nela, estavam dois copos de suco e dois de água. Contudo, ao se aproximar da mesa, ele acidentalmente bateu o pé e tropeçou, derramando os líquidos no colo de Gabriel.

— Droga! — Gabriel xingou baixo, tentando manter a compostura.

— Desculpa! — o garçom se desculpou, visivelmente nervoso.

Marcos deu uma risada nasal, enquanto Milena esboçou um leve sorriso. Carolina, por sua vez, explodiu em gargalhadas.

— Me dá os guardanapos, loirinha. — pediu Gabriel, estendendo a mão para Carolina, ainda tentando manter a calma.

— Ah, que pena! Manchou sua calça de grife? — Carolina debochou, com um sorriso malicioso.

— Tá tudo bem, eu posso comprar outra. — respondeu Gabriel, sem se importar, mas o comentário fez Carolina arquear as sobrancelhas.

O garçom massageou as têmporas, tentando se recompor. Marcos retorceu os lábios, enquanto Milena arqueou uma sobrancelha, reprimindo uma risada. Carolina apertou os olhos, com uma expressão de “sério que ele disse isso?”.

— Oh, minha nossa, o “chuto pobres na rua” está entre nós. — Carolina fez aspas no ar, zombando dele.

— Calma, gente, toma, Bak. — Milena tentou intervir, estendendo os guardanapos a Gabriel.

— Obrigado, Miih. — Gabriel começou a pegar os guardanapos, mas Carolina foi mais rápida.

— Me dá isso! — a loira tomou os guardanapos das mãos de Milena e começou a esfregar contra as coxas de Gabriel, de forma inesperada.

— Carol... — Gabriel sussurrou, surpreso, acompanhando os movimentos dela.

— Minha nossa... — murmurou Marcos, enquanto Milena apoiava os cotovelos na mesa, tapando a boca disfarçadamente para não rir.

— Carol, pelo amor de Deus, você vai manchar a calça ainda mais. — Gabriel passou a mão no rosto, visivelmente desconcertado.

— Pronto, limpou. — Carolina deu o sorriso mais sarcástico que conseguiu, se afastando.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora