Capitulo quarenta e oito.

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Chapter forty-eigth
Princesa ★
<Carolina Decker Narrando>

— Me devolve, Milena! — Tentei pegar o celular de novo, mas Milena passou os olhos na tela.

— "Ei princesa, desculpa por ter passado por cima da sua ordem. Me senti mal pela nossa briga, podemos conversar?" — Milena leu a mensagem de Gabriel e me lançou um sorriso malicioso. — Ei princesa, é?

— Cala a boca. — Aproveitei que ela estava distraída e peguei o celular de volta.

— Ei princesa, que bonitinho. — Milena repetiu, e eu bufei.

— Milena, para.

— Responde ele. Ele tá pedindo desculpas.

— De jeito nenhum, não tenho nada para resolver com ele. — Fiquei incrédula, e Milena pegou meu celular de novo. — Milena! Para, me devolve. Isso é coisa de criança.

— "Claro, amanhã conversamos, marrento." — Milena falou em voz alta e apertou em enviar.

— Puta que pariu, você não mandou isso! — Peguei meu celular, indo apagar a mensagem.

Tarde demais. Ele já tinha visualizado e mandado: "Tá bom, princesa." Grunhi irritada e coloquei o celular na mesa.

— Eu não quero você agindo por mim, tá legal? Eu sou bem grandinha já.

— Foi só uma ajudinha, fica tranquila.

— Ajuda de quê? — Olhei indignada.

— Não se faça de boba. Ele te chamou de princesa. Ele quer alguma coisa.

— Como é?

— Nossa, depois eu que sou a lerda do grupo. — Milena disse, e eu continuei embasbacada. Realmente tinha achado estranho o apelido repentino do Gabriel, considerando que nossas poucas conversas até agora foram discussões. — Você precisa se divertir e conhecer outras pessoas.

— Eu preciso do quê? — Fiquei indignada. — Escuta aqui, Milena Denvers, isso não é um filme, tá bom? Não me diz o que eu preciso.

— Relaxa, você quer um suco de maracujá para acalmar os nervos? — Milena levantou, e eu a torturei e a matei com o olhar. — Só quero te ver feliz, dá uma chance pro destino.

— Eu agradeço pela sugestão, mas não estou procurando um relacionamento.

— Eu só quero que você esqueça o seu anterior.

Ela disse, e eu resmunguei baixo. Nessa parte, ela tinha razão. Meu relacionamento antigo foi uma montanha-russa de idas e vindas, traições e mágoas. Ele sempre me fazia sentir como se eu não fosse suficiente, e isso ainda me assombra.

— Quer que eu ande pra frente? Você vai comigo. — Gesticulei para ela.

— Vai fazer o quê? — Milena debochou em um quase desafio. Peguei meu celular.

Disquei e liguei, e Milena estava com um sorriso de deboche e braços cruzados enquanto me observava.

— Oi, Mob. — Comecei, e o sorriso de Milena morreu.

— Fala, lindinha. — Ouvi a voz do meu amigo do outro lado em um tom calmo.

— Sabe o que é, a Milena... — Comecei a forçar a voz, fingindo hesitação.

Milena me olhava com uma mistura de curiosidade e receio. Eu sabia que ela gostava do Mob, mas ambos eram teimosos demais para admitir. Talvez se eu desse um empurrãozinho, as coisas poderiam mudar.

case thirty nineOnde histórias criam vida. Descubra agora