Capítulo cento e sessenta.

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Chapter one hundred and sixty
Por que você brava? ★
{Seattle, Washington}
<Victor Jones narrando>

O dia tinha sido estressante o suficiente para eu precisar de um tempo para desligar. Decidi que investigaria mais no dia seguinte. Minha mente, no entanto, não parava de voltar ao que Collin tinha dito sobre Lara. Passei as mãos no rosto, frustrado, tentando me distrair com algo mais leve. Foi então que peguei o celular e vi mensagens da Thaiga, minha melhor amiga.

{♠︎}

Bia:Nossa, Victor, achei que você fosse meu melhor amigo.

You:Mas eu sou

Bia:então por que não me contou?

You:não te contei o quê, amorzinho da minha vida? Quer que eu te envie um chocolate por sedex?

Bia:Idiota

You:Olha o estresse, viu? Gatinhas não podem ficar bravas com nenéns como eu

Bia:para de graça, tô falando sério. Espero que você tenha um bom motivo para ter contado pro Mob e não pra mim

You: MOB TE CONTOU?"

Bi:não importa quem me disse, você mentiu para mim

You:eu omiti, é diferente. Você não perguntou

Bia: Por que você não me disse?

You:Da primeira vez, a Babi disse que era melhor esquecer e tal, aí não te falei porque achei que era melhor deixar quieto, nem eu sabia o que realmente tinha significado

You:Então vocês realmente tão ficando?

You:é tipo isso

Bia:como você pode me trair desse jeito? Você contou pro Marcos e não pra mim

You:Ah, eu não achei que fosse importante pra você

Bia:Você não falou isso Três anos de amizade são uma piada pra você?

You:Não te falei porque não é nada demais, eu acho. Só falei pro Mob porque, sendo homem, ele entende meus pensamentos

Bia: o que você tá pensando?

You:Não sei... Por enquanto a situação tá confortável, mas tô com medo de que isso vire algo maior

Bia:Como assim?

You:Que, sei lá, não seja só umas ficadas

Bia:Victor, você não vai saber se não tentar. Se arrisca um pouco

{♠︎}

Tomei um gole d’água, mas a conversa mexeu comigo. E se eu começasse a nutrir sentimentos pela Babi, algo que deveria ser casual? Ou pior, e se eu já estiver sentindo alguma coisa?

Ouvi o som da porta se abrindo e percebi que Babi havia voltado. Ela tinha saído para espairecer, mas pelo jeito não parecia mais calma. Ela caminhou até a cozinha, ignorando minha presença por um momento.

— Vai sair com o Diogo? — Babi perguntou de repente, com a voz carregada de algo que não era exatamente curiosidade. Eu havia mencionado que ele tinha me chamado para sair.

— Vou. — Respondi, colocando o copo na mesa. — Vai dormir na casa da Liza? — Perguntei, já sabendo que Eliza tinha planejado uma noite das meninas no apartamento dela. Mesmo sabendo que Babi não é muito fã dessas coisas.

— U-hum. — A resposta veio fria, quase distante. Foi aí que eu percebi que algo estava errado. Ela estava irritada, e não fazia esforço para esconder isso.

— Por que você tá brava? — Perguntei, me virando para encará-la, embora eu já tivesse uma ideia do motivo.

— Eu não tô brava. — Ela respondeu rápido demais, uma tentativa frágil de mascarar a verdade.

— Bárbara... — Insisti, meu tom mais suave, mas ainda firme. Ela bufou, já sem paciência.

— Estou brava sim, e daí? — Babi explodiu, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e frustração.

— O que foi? — Cruzei os braços, tentando me manter calmo, mas sentindo o nó de tensão no estômago.

— Você se importa? — Ela ironizou, as palavras saindo afiadas como lâminas.

— Sim, eu me importo com você. — Respondi, talvez mais rapidamente do que eu mesmo esperava. A intensidade na minha voz pareceu pegá-la de surpresa, e ela hesitou por um segundo, mas logo retomou sua postura defensiva.

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