case thirty nine

Capítulo setenta e nove.

Chapter Seventy-nine
★ Seu sorriso é bonito ★
<Marcos Diaz narrando>

Eu e Milena fomos até a copa do escritório para preparar um café. A pequena cozinha estava equipada de maneira simples, com uma mesa e algumas cadeiras ao redor. Sentamos lado a lado com nossas xícaras fumegantes, um gesto simples que sempre teve um valor especial para nós.

— Lembra quando toda quarta-feira a gente vinha aqui antes do trabalho? — Milena disse, com um sorriso que parecia um pouco distante, como se estivesse pensando em algo mais profundo.

— Ah, lembro bem. Bons tempos. Lembra daquela vez que a gente se atrasou e tomou um esporro do PH? — Comentei, o tom nostálgico claro em minha voz. — Tinha cada história... quem vê de fora nem imagina que esses doidos trabalham para o FBI.

— Sim, com certeza. — Ela riu, um riso leve e contagiante que iluminou o ambiente.

Eu a observava, fascinado pelo brilho dos seus olhos quando ela sorria. Era um sorriso fofo, que tinha o poder de aquecer qualquer ambiente. Bonito demais, pensei. Era difícil não me perder na visão dela.

— Decker e Di Laurentis parecem tensos com a ideia de saírem juntos. — Milena comentou, e eu fiz uma careta.

— Eles ainda vão render muita coisa. — Concordei, enquanto dava um gole no meu café. — E você? Está ansiosa para sair com eles?

— Não gosto de ficar em casa, especialmente quando posso estar com você... ou com os nossos amigos, quero dizer. — Milena respondeu, com um tom sincero que fez meu coração acelerar.

— Aham — Respondi, um pouco surpreso com a confissão dela. Meu olhar se fixou nela, e a conversa pareceu se estender infinitamente, como se estivéssemos em uma bolha onde o tempo parava.

Sempre tive uma paixonite por Milena, e a cada dia, essa sensação só aumentava. Era como se eu estivesse hipnotizado pelo sorriso tímido dela, pelo jeito gentil e meigo com que ela se comportava. Ela era um amorzinho demais para mim, e eu constantemente me questionava se realmente merecia alguém como ela. A nossa amizade era preciosa, fazendo a ideia de algo mais parecia um sonho distante.

— Mob? — Milena me chamou, interrompendo meus pensamentos. Eu estava tão absorto que nem percebi que ela havia falado comigo pela milésima vez.

— Seu sorriso é bonito — foi o que saiu da minha boca, sem pensar.

Eu estava tão nervoso que mal consegui controlar as palavras. Milena sorriu e, de maneira natural, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, olhando para o chão. Era um gesto que a tornava ainda mais charmosa aos meus olhos.

— Obrigada. — Ela disse, o tom de sua voz suave e um pouco corada.

— De nada. — Respondi, tentando esconder meu próprio constrangimento.

— Devíamos voltar, né? Tem coisas para fazer e eu falei com o Jones por telefone; descobri como recuperar o vídeo. — Milena sugeriu, interrompendo o momento com uma praticidade que eu apreciava.

— Ah, claro. Vamos. — Concordei, levantando-me e guardando o copo na pia. Eu ainda estava processando o calor que ela havia trazido para minha vida, enquanto caminhávamos de volta ao escritório.