Capítulo 22
Anahí chegou ao prédio com o habitual óculos escuro e chapéu, subiu para o apartamento, tirando o disfarce apenas depois de entrar ali.
Deixou a bolsa em cima da mesa e foi até a cozinha, buscando a garrafa de vinho e enchendo a taça.
Voltou para a sala: ampla, de cor clara, o sofá espaçoso de quatro lugares, a pequena mesa de centro. Em frente, a televisão de setenta polegadas, presa à parede. Abaixo do painel, os porta-retratos de todos os momentos que vivera com Poncho; fotos que jamais sairiam daquelas quatro paredes.
Encarou a foto que ele tirara no momento em que fora eleito deputado, deu um longo gole no vinho, aquele registro continha muito mais do que parecia.
Alfonso= Então não bancou a rebelde. – abriu a porta da sala e sorriu ao vê-la. – Veio para a nossa casa. – ela negou com a cabeça. – Chegou faz muito tempo? Eu vim o mais rápido que pude.
Anahí= Não. – e mais uma vez bebeu o vinho. – Mas não tenho muito tempo.
Alfonso= Vou fingir que não te escuto. – deixou o celular e os documentos ao lado da bolsa dela, na mesa. – Porque isso surte muito mais efeito.
Anahí= Uckermann. – virou-se para ele. – Encontros durante o dia são complicados, você sabe disso. Se vim, foi apenas porque não queria um escândalo.
Alfonso= Mentira. – puxou-a para si. – Veio porque não consegue dizer não pra mim.
Anahí= Você se deixa levar. – pousou a mão livre no ombro dele. – Se perde demais.
Alfonso= Você está travando demais. – arqueou uma sobrancelha. – E aí?
Anahí= Porque você se confunde! – tentou afastá-lo. – Porque parece que abriu a caixinha do passado e quer se jogar nela.
Alfonso= Sempre te disse que era possível. – tirou a taça da mão dela. – Sempre insisti no que temos.
Anahí= Você tem alguém perfeita pra isso. – ele a segurou pelo cabelo. – Alfonso.
Alfonso= Tenho alguém perfeita para isso. – mordeu-lhe o lábio inferior. – Está bem na minha frente.
Anahí= Pare. – sussurrou.
Alfonso= Quero você. – beijou-lhe o pescoço.
Anahí= Fazemos mal um ao outro, sabe disso. – fechou os olhos.
Alfonso= Quero você do meu lado. – chupou a região. – Quero os nossos planos de Cuernavaca.
Anahí= Morreram ali e nós dois temos consciência disso. – tentou se manter firme.
Alfonso= Lembro de cada minuto. – tirou-a do chão. – Eu não esqueci.
Anahí= A ideia desse apartamento é não repetirmos Cuernavaca. – ele a deitou no sofá.
Alfonso= A ideia desse apartamento é vivermos Cuernavaca todos os dias. – colocou as mãos dela para trás. – Ani...
Anahí= Estou cuidando de todos nós. – involuntariamente afastou as pernas, deixando-o encaixar-se sobre ela. – Não dificulte o meu trabalho.
Alfonso= Vou passar o resto da vida dificultando cada passo seu. – abriu a calça dela. – Até você parar de birra e entender que deve ficar ao meu lado.
Anahí= Te quero na presidência. – sentiu a mão dele deslizar em seu corpo. – Poncho.
Alfonso= Te quero na minha vida. – tocou-lhe o centro do corpo. – Sem esconder. Quero a oportunidade que o Christopher tem. Olhe o que fizeram em tão pouco tempo!
Anahí= Não somos Dulce e Christopher! – segurou o gemido. – Pare de comparar!
Alfonso= Podemos ser! – inseriu mais um dedo dentro dela.
Anahí= Não! – então gemeu. – Poncho. Pare.
Alfonso= Te amo. – beijou o queixo dela. – Olhe nos meus olhos e diga o contrário.
Anahí= Não posso. – abriu com força a camisa dele. – Sabe disso, idiota.
Alfonso= Diga o que sente. – mordeu o lábio inferior dela, puxando-o em seguida. – Eu quero ouvir, fale.
Anahí= Te amo, inferno. – ele sorriu. – Acima de qualquer coisa.
Alfonso= Te amo, loirinha. – escutou-a gemer mais alto. – Estará comigo quando eu ganhar a presidência, vou subir ao lugar mais alto de mãos dadas com você.
Anahí= Te quero dentro de mim. Agora. – inclinou o rosto e a boca encontrou a dele.
Se não tinha forças para lutar contra ele, então era melhor não falar mais nada; sabia que quanto mais dizia, mais ela se entregava.
E quando se uniam daquela forma, o mundo ao redor perdia completa importância, só o que viam eram os momentos a dois, a maneira como os corpos se encaixavam, a marca que deixavam por cada cômodo que passavam.
Muito além das carícias trocadas e do prazer intenso que davam um ao outro, tinham as promessas e as declarações de amor que escavam quase involuntariamente.
Tinham sede de um futuro juntos. Um futuro que ele acreditava ser completamente possível, mas que para tornava-se cada dia mais inalcançável. Anahí tinha uma única prioridade na vida, e chamava-se Alfonso; precisava cuidar dele.
Uma hora depois, estavam deitados na cama, ainda nus, com os corpos enrolados um ao outro e as bocas encontrando-se vez ou outra. Foram interrompidos pelo barulho alto do estômago dele, que fizera ambos rirem.
Anahí= Precisamos almoçar, meu amor. – passou as pernas pela cintura dele, abraçando-o.
Alfonso= Cozinhamos algo? – desceu a boca pelo colo dela.
Anahí= Você cozinha, eu fico te tentando. – segurou o rosto dele ao sentir o lábio dos homens perto de seu seio. – Alfonso!
Alfonso= Hm. – resmungou e a encarou.
Anahí= Chega. – levantou ambas as sobrancelhas e ele deu um rápido impulso para frente, beijando-lhe os lábios. – Você é lindo.
Alfonso= Você é tudo. – piscou com um olho só e saiu de cima dela. – Quer comer o que? Massa ou...
Anahí= Massa. – sentou-se e arrumou o cabelo para o lado. – Sempre massa, você sabe.
Alfonso= Alguma chance de você aparecer no jantar de hoje? – colocou a boxer preta.
Anahí= Nem a mais remota possibilidade. – colocou os pés para fora da cama. – Mas conto com as suas fotos e o seu bom senso para ensinar aqueles dois.
Alfonso= Conte com as minhas fotos. – jogou a camisa branca para ela. – Mas não com o meu bom senso para ensinar nada.
Anahí= Não me irrite, Uckermann. – colocou a camisa dele. – Faça direito.
Alfonso= Eu tenho sentido certa tendência em aprender mais com eles. – mexeu no cabelo, bagunçando-o ainda mais. – Eles tem dado uma aula de como ser feliz.
Anahí= Você dará uma aula de como ganhar a população. – foi até ele.
Alfonso= Quero você. – sorriu. – É a parte que mais me interessa da população.
Anahí= Eu lembro como ficou antes de ganhar. – ficou na ponta dos pés, arrumando o cabelo do homem. – Não diga que a política não te importa tanto. Somos os dois apaixonados por isso.
Alfonso= Bom... justo. – encarou-a. – Sou apaixonado pela política e por você. Está bom assim?
Anahí= Agora soa verdadeiro. – deu-lhe um selinho. – Prometa que fará as coisas corretamente hoje.
Alfonso= Tudo o que você disser. – tirou-a do chão. – Mas primeiro... o nosso almoço.
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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...