Anahí= Não. Você acabou com a campanha dele. – manteve o olhar tão firme quanto o dela. – Essa foi a única coisa que você fez.
Dulce= Eu fiz o que? – riu. – Está muito enganada, satã.
Anahí= Sem mais apelidos aqui, Dulce María. – aproximou-se. – Agora é sério. Pode fazer a brincadeira que bem desejar no seu relacionamento, mas isso aqui é trabalho. Isso vale a carreira e toda a vida da pessoa que você diz tanto amar!
Christopher= Anahí! – reclamou.
Dulce= É justamente por amá-lo e por conhecê-lo, que eu me recuso a deixar que ele se venda apenas para te agradar. – descruzou os braços. – Eu me recuso!
Anahí= Isso não é venda, isso é trabalho! – aproximou-se ainda mais dela. – Trabalho.
Christopher= Anahí! – avisou outra vez.
Dulce= Isso é venda. Do tipo mais sujo. – encostou a testa à dela. – Não vai usar com ele o mesmo artifício barato que usou com o seu amante.
Anahí= Dobre sua língua para falar dos meus candidatos! – encarou-a.
Dulce= Não é às custas de um casamento falso, não é na base de uma proposta em que ele não acredita. – forçou a testa contra a dela.
Anahí= Cuidado com o que fala. – a voz encontrou um tom de ameaça.
Christopher= Chega, Anahí! – gritou com firmeza e a loira o olhou. – Chega!
A loira mirou mais uma vez a rival, encararam-se em silêncio, e ela então negou com a cabeça, como se desprezasse o que vira na morena.
Afastou-se e sentou-se distraída no sofá enquanto o candidato posicionava-se ao lado da namorada. Muito mais do que uma conversa, aquela divisão deixava bem claro quais eram os posicionamentos e direcionamentos a partir dali; tudo estavam bem definido. Até mais.
Por alguns segundos, ninguém ousou dizer nada naquele fechado e silencioso escritório. Dulce poderia jurar que uma faca seria capaz de cortar o ar, tamanha a tensão que o ambiente mantinha.
Anahí abriu a bolsa preta, pegou o pequeno caderno e puxou a caneta prateada presa ao espiral.
Anahí= Muito bem. – mirou a morena. – Estes são os apoiadores que nós acabamos de perder. E vou listá-los um a um, a começar pelo óbvio. – mirou o candidato. – Walter Uckermann, governador. Alfonso Uckermann, deputado. – os lábios parecem desenhar o sarcasmo a cada palavra. – Roberto Guitérrez, deputado.
A loira seguiu dizendo nome a nome, implacável a cada novo sobrenome que saía de sua boca, para logo passar a numerar os partidos que igualmente se distanciaram do candidato.
Quando terminou a lista, pousou o caderno sobre as duas pernas, abaixou a caneta e mirou o casal.
Anahí= Esse é o resultado de um vídeo inconsequente. – os olhos claros da assessora denunciavam a fúria em cada gesto que ela fazia.
Christopher= Você se engana. – firme. – Não foi um vídeo inconsequente. Foi a coisa mais coerente que já fiz nesta campanha.
Anahí= Christopher... – girou os olhos.
Dulce= Bem... – desencostou-se da mesa e pegou a pasta azul. – Agora que você já leu toda a sua tarefinha de casa... – foi até ela e lhe entregou a pasta. – Por favor. Vou facilitar para que você possa acompanhar melhor. – voltou para perto do namorado e pegou uma pasta de mesma cor para si. – Esses são os nomes dos apoiadores que nós passamos a ter. Simón de la Guardia, deputado. Julia Quintanilla, prefeita. Marcelino Bernard, governador.

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Jogada Perfeita
RomantikEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...