Capítulo 79
O carro andava acima da velocidade permitida, a loira, no banco detrás, digitava rapidamente no celular, e vez ou outra levantava o olhar para a rua que corria do lado de fora.
Quando o carro diminuiu a velocidade, ela bloqueou o aparelho celular e encarou a fachada bege da base do exército nacional.
O motorista abaixou o vidro e mirou o soldado que se aproximava.
― Senhora Araiza. – o motorista disse, indicando a loira com o olhar.
Alisson levantou os olhos até o soldado e um sorriso cínico desprendeu-se de seus lábios, dando ao homem poucos segundos antes que ele assentisse e fizesse um gesto para o porteiro.
― Bem-vinda, senhora Araiza. – o homem mal terminou de falar e o motorista já havia subido o vidro outra vez.
Alisson pegou a bolsa no banco, guardou o celular e arrumou os fios loiros em seguida. O motorista estacionou na vaga de costume, saiu do carro e abriu a porta para a mulher.
Alisson= Me espere aqui. – saiu do carro. – Leve a Anna até a sala de reunião assim que ela chegar.
― Sim, senhora. – assentiu prontamente.
Alisson= Lembre-se: olhos atentos. – ajeitou a camisa no corpo e então afastou-se dele.
Alisson era a mistura perfeita de elegância com um toque de ingenuidade, pelo menos à primeira vista. Calça de alfaiataria de tom gelo, camisa branca de seda com a gola em V, bolsa Valentino também branca e um colar de pérolas. Poucas pulseiras, perfume caro e um batom vermelho.
Perfeição.
Caminhou firmemente com o salto alto marcando cada passo, acenou com o olhar para as poucas pessoas com quem cruzou e então aproximou-se da já conhecida sala de reunião. As vozes exaltadas do lado de dentro chamavam a atenção mesmo a muitos passos de distância.
Zapata= Estamos falando de quanto aqui? – a voz soava irritada.
Cortés= A pergunta é outra: de quanto você precisa? – o tom de ironia se fez presente.
González= Eu preciso é que vocês cheguem a um consenso! – impaciência, claramente impaciência.
Alisson= Ora, ora... – abriu a porta da sala e os encarou. – Sinto um clima tenso por aqui?
Alisson tinha diante de seus olhos, três dos cinco homens mais poderosos do país, e ainda assim, aquilo lhe parecia tão... simples.
Enrique Zapata: no auge de seus 45 anos, cabelo escuro, corpo bem modelado, pele clara e olhos castanhos. Candidato à presidência, com uma família tradicional e construída de forma perfeita, sabia muito bem que garantiria vitória tranquila no dia seguinte.
José Garza Cortés: olhos intensamente azuis e o cabelo loiro, 55 anos que não aparentavam tal idade, casado com uma das atrizes mais bem sucedidas e relevantes entre as celebridades, e atual presidente do país.
Julio González: olhos pretos, alto, corpo intensamente bem modelado, um bigode grosso, e idade semelhante a Cortés, era há muitos anos o general do exército mexicano.
Mas todos aqueles títulos não assustavam a loira sequer minimamente, ela sabia bem que o verdadeiro poder estava ao seu lado.
Cortés= Hola, cariño. – sorriu e lhe beijou suavemente os lábios.
Alisson= Boa tarde, querido. – tocou-lhe o rosto com delicadeza e aproximou-se dos demais. – Não se estressem, meninos.
González= Você nos testa, Araiza. – cumprimentou-a.
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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...