Dulce= E meu pai, sem saber de nada disso, disse que eu deveria te contar a verdade sobre o Dan e sobre tudo o que passamos. – suspirou. – E te pedir proteção, porque ele não me quer envolvida com política de novo. Só nós sabemos tudo o que passamos.
Christopher= E o que você passou?
Dulce= Muita coisa. Os meus dias no hospital, não poder viver um luto de forma decente, as provações, o medo...
Christopher= Quais provações? – cortou-a. – Medo de que? Dulce, precisa me falar.
Dulce= De seguir viva. – não desviava o olhar. – Das cartas de ameaça que recebia sem parar, da polícia no meu pé e de jornalistas que, por outro lado, me pediam justamente para não parar. Eu não saía na rua, eu travei, eu tive medo de que terminássemos todos mortos. E agora... meu pai só não quer nenhum risco pra mim.
Christopher= Considere feito. A proteção para você e para a sua família. Me preocupo contigo, quero que esteja segura ao meu lado. – ela o olhou. – Eu estou disposto a tudo, tenha consciência disso, mas eu não posso fazer nada sozinho. Você precisa querer.
Dulce= Christopher. – atônita. – Entendeu o que eu disse? Digo, você está se ouvindo?
Christopher= Eu estou. Você está? – sério. – Por quanto tempo mais pretende viver atormentada por essa história? Você não é o Dante, você não é o seu cunhado, nem a sua cunhada, nem ninguém da Alemanha, você é só... você! – levantou-se. – Te escuto contar tudo isso, vejo suas fotos de antes, e não te reconheço. Você não é essa tensão, você não é esse medo, essa dor e nem esse arrependimento. – ficou de frente para ela. – Quando está comigo, você é livre. Você é a garota da boate, que dançou comigo, que me deu o melhor beijo que já provei, que bebeu tequila comigo, que me fez conhecer a química mais louca que duas pessoas podem ter na cama. – ela sorriu com ele. – É a garota que dançou blues comigo, que ficou até tarde vendo fotos antigas, que caiu na graça da minha segunda mãe, que me fez colocar intermináveis comandos na Alexa e uma escova de dente a mais no banheiro. Te olho e vejo entrega, vejo sinceridade, vejo vida. Você é pura vida, garota. – desabafou. – Honestamente, acho que já superou o seu passado, e perceber isso é o que te dá medo. Mas estou aqui pra te dizer que não deve ter medo de ser feliz. María, me deixa te fazer feliz.
Dulce o encarou, queria gritar que ele estava certo, que ela estava – assustadoramente – pronta para deixar o passado para trás e entregar-se a ele. Ela queria gritar o quanto estava apaixonada por ele.
Tocou os braços dele e abriu a boca, puxando o ar e buscando as palavras corretas. A ação, entretanto, parou no meio do caminho, interrompida pelo toque do celular dele.
Olhou para o aparelho e viu o nome da assessora ali. Soltou-se do homem e lhe deu o celular.
Christopher atendeu a chamada e antes que a morena pudesse se afastar ainda mais, ele colocou a ligação no viva-voz.
Christopher= Fala, Ani. – fez questão de mirar a morena.
Anahí= Oi! Ligo num mau momento?
Christopher= Não, sem problemas. Estou com a Dulce. – seguia encarando a morena.
Anahí= Hm. Já conversou com ela sobre todos os pontos que discutimos?
Christopher= Estou fazendo isso agora. – a morena franziu o cenho. – Falando com ela.
Anahí= E como ela está? Propensa a ajudar ou não?
Christopher= Ela está pensando. – a morena girou os olhos. – E eu aceitarei qualquer que seja a decisão. Enfim, o que você quer?
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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...