Capítulo 51

478 37 34
                                    

Capítulo 51

Nazaret= Bom dia, minha querida! – a senhora, já com seus quase setenta anos, sorriu ao ver a loira. – Que alegria te receber tão cedo!

Anahí= Bom dia, Nana! – beijou-lhe demoradamente o rosto. – Meu pai está em casa?

Nazaret= Saiu ainda de madrugada. – fechou a porta. – Disse que volta para o almoço.

Anahí= Isso é bom. – passou pela sala.

Nazaret= Quer algo, meu amor? – tirou o pano de prato dos ombros. – Um bom café da manhã?

Anahí= Ah, Nana, eu vou passar...

Nazaret= Por favor? – sorriu de lado. – Seu pai não comeu nada, sua mãe... bem, é o de sempre para ela. Sua tia Alisson também não passou por aqui durante a semana inteira.

Anahí= Está bem. – riu. – O que eu não faço por você, hein? Quero uns chilaquiles, pode ser?

Nazaret= Do jeito que você gosta! – animou-se. – E torradas com geleia e queijo.

Anahí= É... – riu ao lembrar-se da noite anterior. – Geleia e queijo, por favor.

Nazaret= Saindo já, já! – foi para a cozinha.

Anahí= Obrigada!

Anahí subiu as escadas da luxuosa casa dos pais. O pé direito era exageradamente alto, as paredes sempre de cor clara, móveis caros e ambientes espaçosos.

Passou pelo próprio quarto, depois os quartos de visita e o dos pais, o escritório e por fim o quarto no fim do corredor.

Escutou o som de blues que ecoava no ambiente, aquela sempre fora uma preferência para a mãe. Entrou no quarto, viu a mulher sentada na poltrona de balanço, os olhos perdidos e sem brilho.

Anna perdia a cada dia mais um pouco da chama de vida que ainda tinha dentro de si. Os olhos amendoados pareciam menores, o corpo magro e cansado, os fios loiros sempre presos em um coque baixo. Eram muito parecidas fisicamente, mas quanto mais o tempo passava, menos a loira se identificava com a mulher.

Deixou a bolsa na cadeira ao lado e pegou a foto que Fernando lhe dera na noite anterior.

Anahí= Mãe? – aproximou-se. – É a Ani. – beijou-lhe demoradamente a bochecha. – Passei pra ficar com você um pouco... – olhou para trás, vendo se não havia ninguém. – E trouxe... – abraçou-a de lado para livrar-se da câmera. – Trouxe isso para você. – colocou a foto no colo dela. – Você conhece esse homem? Chama-se Fernando. Já ouviu falar dele?

A mulher seguia com o olhar perdido, o rosto imóvel e quieto; parecia morar em outro mundo bem longe dali. – Anahí. Sou eu.

Anahí= Mãezinha... – tocou o rosto dela e a virou para si. – Oi. É a Ani. Consegue se lembrar de mim? Sua filha. – passou o indicador pela sobrancelha dela, alinhando os fios.

Anna= Anahí. – sussurrou.

Anahí= Isso, mãe. – então assentiu. – Anahí. Sou sua filha.

Anna= Anahí. – olhava, mas não parecia realmente vê-la. – Minha única filha. Anahí.

Anahí= Sim, mãe, sou eu. – deu um leve sorriso. – Eu passei para...

Anna= Anahí. – repetiu. – Minha única filha.

Anahí= Mãe, eu sei disso. – suspirou. – Eu só passei para...

Anna= Anahí. – disse outra vez e a loira abaixou a cabeça. – Minha única...

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora