Capítulo 02
Anahí estacionou o carro na habitual garagem da luxuosa cobertura, o porteiro nem mesmo a anunciou, e a loira caminhou com confiança até o elevador.
Assim que a porta se abriu, ela deparou-se com a imagem perturbadora do homem responsável por suas maiores e mais constantes recaídas.
Poncho era tão alto quanto Christopher, tinha o cabelo preto, curto, e a barba bem feita. Os olhos cor de mel pareciam combinar com o sorriso lateral e os dentes perfeitamente brancos do homem.
Anahí= Veio me receber? – deu um passo à frente e entrou no elevador.
Alfonso= Pra você não se perder. – apertou o vigésimo andar.
Anahí= Já vim diversas vezes no apartamento do seu irmão. – a porta do elevador fechou-se outra vez.
Alfonso= Está gostosa demais hoje. – puxou-a pela cintura, encostou-a no espelho, e no instante seguinte já havia grudados os lábios nos dela.
Um andar, um beijo. Mais um andar, a mão dele apertou a bunda dela. Outro andar, as unhas dela arranharam seu ombro.
Não tinham muito tempo, mas sempre prometiam grandes estragos um ao outro. Eram explosivos e intensos, levavam aquela relação há anos, desde que o homem se candidatara a deputado; passaram uma campanha inteira apaixonados, arriscando-se a cada oportunidade que encontravam, mas sabiam muito bem que aquela aventura nunca deixaria de ser aquilo: uma simples aventura.
A porta do elevador abriu-se novamente, os dois se separaram, passaram a mão pela roupa amassada e entraram no apartamento em seguida.
Christopher= Fala, Ani. – entrou na sala, bebendo o copo de vinho. – Servida?
Anahí= Não, querido, obrigada. – olhou-o com receio. – São uma da tarde.
Christopher= E tem hora pra beber? – perguntou com naturalidade e logo apontou o sofá para que ela se sentasse. – O que houve? Por que precisava me ver?
Anahí= Trago novidades sobre a sua candidatura. – sentou-se e pegou o celular na bolsa.
Christopher= Que parte dela? – sentou-se na poltrona.
Anahí= A parte que interessa. – lhe entregou o aparelho. – Essa é a sua futura esposa.
Christopher= Ela aceitou? – pegou o celular, reparando na foto da morena. – Existe gente louca o suficiente pra isso?
Anahí= Ela foi comunicada hoje cedo. – Alfonso sentou-se ao seu lado. – Se chama Maite.
Christopher= É bonita. – deu de ombros. – Mas... não sei, Anahí, fiquei pensando sobre isso, sobre ter que conviver com alguém que...
Alfonso= Deixe-me ver. – pediu e o irmão lhe passou o celular. – Ah, cara, é bonita! Tem corpão, tem peito... você se deu bem.
Christopher= Não estou falando disso, estou só dizendo que vou ter que conviver com uma pessoa que mal conheço. – reclamou. – Uma pessoa que vai travar as poucas saídas que consigo ter, vai me impedir de pegar as mulheres que eu realmente quero.
Anahí= Mas vai abrir o seu caminho para o senado. – arqueou as sobrancelhas. – Você quer isso ou não?
Christopher= Claro que quero! – disse de imediato. – Esse é o foco!
Anahí= Pois então não reclame! Hoje é primeiro de fevereiro, temos pouco tempo até as eleições e seu índice atual não ajuda em nada, portanto, pare de reclamar! – sentenciou. – E prepare-se, porque vai conhecê-la amanhã.
Alfonso= É uma boa. – mirou o irmão. – É a nossa melhor alternativa, vai por mim.
Christopher= Ok. – virou o restante do vinho. – Algo mais?
Anahí= Fiz uma ficha dela. – digitou rapidamente no celular. – Enviei para o seu e-mail, peço encarecidamente que estude isso!
Christopher= Vou estudar. – forço o sorriso. – Amanhã saberei tudo sobre a tal Maite.
Anahí= Maite, a mulher da sua vida. – frisou e ele deu de ombros. – Vai me agradecer quando estiver no senado.
Christopher= É o que eu espero. – arfou, cansado de tal teatro. – De onde tirou essa mulher?
Anahí= De onde menos queria, mas de onde sabia que não haveria erro. – simplificou a resposta ele preferiu não saber detalhes. – Todo o seu casamento já está vendido, é bom ter isso muito claro. Quando estiver com ela e as entrevistas começarem a acontecer, você não fala nada sem antes o meu auxílio.
Christopher= Vou adorar não ter que falar nada. – disse com desânimo.
Anahí= Te vejo amanhã cedo. – levantou-se. – Por favor, não apronte nada. Não quero escândalos.
Christopher= Vou aprontar o que? – deixou o copo na mesa de centro e levantou-se. – Estarei com tudo pronto amanhã, já disse.
Alfonso= Vai valer à pena, meu irmão. – abraçou-o.
Christopher= Ok. – disse desanimado. – E obrigado, Anahí.
Anahí= Cuide-se. – sorriu pra ele.
Alfonso= Desço contigo, Ani. – prontificou-se.
Christopher= Hey. – olhou-os. – O elevador tem câmera.
Alfonso= Seu porteiro sabe que não pode ter. – piscou para o irmão e puxou a loira dali.
Christopher= Hm. – guardou para si os comentários, sabia que não adiantava reclamar com os dois.
Foi até a cozinha, colocou mais um pouco de vinho no copo e voltou para a sala, sentando-se no lugar antes ocupado pela loira.
Christopher= Alexa, fazer chamada de voz. – disse alto e a assistente visual piscou ao ser acionada.
Alexa= Para qual contato ou dispositivo gostaria de realizar a chamada? – a voz ecoou pelo apartamento.
Christopher= Christian Chávez. – bebericou o vinho.
Alexa= Chamando o dispositivo Alexa de Christian Chávez. – respondeu e poucos segundos depois, escutou a voz do amigo.
Christian= Fala, Uckermann! O que é que manda, meu rei?
Christopher= Me fodi! – riu com pesar. – E quero aproveitar minha ultima noite de liberdade.
Christian= Se fodeu de que jeito? – gargalhou. – Vai ser pai?
Christopher= Não, porra, sai fora. – girou os olhos. – Mas o lance do casamento... enfim, vai rolar.
Christian= Puta que pariu! – então a voz tornou-se quase desesperada. – Vai mesmo entrar nessa?
Christopher= Anahí não me deixou opção. – bebeu o vinho. – Amanhã vou conhecê-la. Já vi foto e tudo, mas não conheci pessoalmente.
Christian= É gostosa, pelo menos?
Christopher= É. – disse sem muito ânimo. – Mas mulher gostosa nunca foi problema pra mim, então... sei lá, é normal.
Christian= Cara, tem certeza do que vai fazer? – parou com as brincadeiras. – Vai ter que segurar esse casamento por, pelo menos, seis anos. Não vai poder ganhar a eleição e se separar.
Christopher= É o que eu quero fazer, é o que eu nasci pra fazer. – encarou a sala. – Então que seja assim. De qualquer modo, não liguei pra me lamentar.
Christian= Ah, não? Então o quê?
Christopher= Preciso de uma festa. – pediu. – Uma última festa, num lugar bacana, onde eu possa passar despercebido. Me ajuda com essa, é a minha última noite de liberdade.
Christian= Não precisa pedir duas vezes. – sorriu. – Tenho o lugar perfeito.
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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...