Capítulo 61

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Capítulo 61

Dulce ainda permaneceu no Estado durante o fim de semana, mas não pudera ver o namorado em momento algum. Fizera curtas viagens entre as cidades próximas da capital, acompanhando Bárbara a cada evento organizado.

Christopher cumpriu a promessa de levar a namorada ao aeroporto, mas não tivera muito tempo para se despedir, já que Anahí organizara diversos compromissos e visitas, mesmo nos fins de semana.

Na segunda-feira, Anahí combinou de encontrar o candidato no comitê de campanha logo pela manhã, havia passado a noite em claro, na tentativa de organizar os pensamentos e estratégias.

Ela chegou ao prédio do comitê exatamente às seis horas da manhã, era sempre a primeira pessoa a entrar no lugar, e muitas vezes, também a última a sair.

Estacionou o carro, acionou o alarme e saiu a passos firmes até o elevador.

Usava a calça social clara e a camisa de seda num tom de rosa bastante claro. Por cima, o caríssimo sobretudo Balenciaga: branco, clássico, com botões dourados e uma perfeita amarração na cintura. Nos pés, o salto altíssimo Jimmy Choo.

O cabelo estava perfeitamente escovado, ainda que o relógio indicasse que o dia mal havia começado.

A loira seria um destaque por qualquer lugar que passasse.

Chamou o elevador e logo sentiu a presença atrás de si. Colocou a mão dentro da bolsa, tocando a arma, e então virou-se para trás.

Os olhos claros abriram-se surpresos ao ver a figura do alemão ali. Noah estava... estupidamente bonito.

Havia feito a barba, e agora parecia mais jovem, os olhos verdes brilhavam de maneira especial; ele parecia mais vivo.

Anahí= Noah! – soltou a arma. – O que faz aqui?

Noah= Poxa... – o riso saiu leve. – Esperava uma recepção um pouco mais calorosa.

Anahí= Noah... – a voz mal escapou.

Noah= Para alguém que me ligou tantas vezes, um pouco de ânimo viria a calhar. – deu de ombros. – Não, criança?

Anahí= Idiota! – finalmente baixara as defesas e o abraçou.

A loira praticamente se jogara em seu colo, passara os braços ao redor de seu pescoço e cedeu ao carinho que genuinamente encontrava no alemão. Sorriu ao sentir o cheiro que ele emanava, aquele cheiro tão dele. Tão Noah.

O advogado correspondeu ao carinho da mesma forma, apertou gentilmente o corpo dela contra o seu e afundou o rosto na curvinha delicada do pescoço da loira.

Permaneceram de tal forma por alguns segundos, pareciam conversar em silêncio. Não eram o tipo de pessoa que falava e tinha tanta desenvoltura para tal coisa, eram mais silenciosos que muitos casais, mas sabiam comunicar tanto em meio a um silêncio.

O ambiente emotivo fora cortado pelo barulho das portas do elevador, que abriu-se, esperando que qualquer um deles desse o primeiro passo.

Anahí moveu apenas o rosto na direção dele, mantendo os corpos próximos e os braços ao redor do pescoço do homem.

Noah a encarou de volta, parecia perguntar e ouvir tantas coisas ali.

O que ela fizera sem ele? Sentira sua falta? Queria sua ajuda? Como ele poderia ser útil? Como aliviar o peso que ela carregava, a tensão que sempre suportava, as mentiras que sustentava?

Como ele poderia aliviá-la em alguma coisa? Qualquer coisa.

Anahí desceu as mãos até o rosto dele, fechou os olhos e permitiu-se agir por impulso; sabia que desistiria se tivesse a chance de pensar muito.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora