Capítulo 25, parte III

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Dulce= Te acho tão bonito. – a voz saiu rouca e baixa. – Tão...

Christopher= Pra você. – completou, ainda que quisesse confessar outro sentimento a ela.

Ela subiu dois dedos aos lábios dele, tocando-os com leveza e carinho. Havia adiantado-se ao dizer tal frase, porque sentia o coração acelerado demais, e a maneira como ele a encarava lhe dizia que seria capaz de confessar o que, a ela, lhe dava tanto medo.

Havia adiantado-se para evitar o inevitável. Havia adiantado-se para tentar não sentir, para disfarçar, para ignorar. Havia adiantado-se para parar.

E agora concluía que de nada adiantara.

Dulce= Meu. – manteve a mão em seu rosto e subiu a boca até a dele.

Christopher conteve-se. Talvez fosse cedo demais, talvez terminaria estragando o bom momento quem vivia com ela, talvez fosse melhor calar a intensidade do que sentia.

Passaram mais de meia hora ali, aproveitaram a proximidade dos corpos, aproveitaram o tempo a sós, queimaram o desejo e o transformaram em prazer.

Saíram da banheira ainda abraçados, entraram no quarto entre beijos e carícias perdidas. Ela o deitou na cama, ficou por cima e deslizou a boca até que encontrasse o membro dele. Foi a vez do candidato esquecer-se do mundo inteiro que os rodeava.

Permaneceram deitados ali por alguns minutos mais, ele a aconchegara em seu peito, e lembraram-se juntos de todos os lugares que o homem tivera que percorrer naquele dia até encontrá-la.

Por fim trocaram de roupa. Ela optou pelo short branco de algodão e o moletom da Nike na mesma cor. Deixou o cabelo molhado e solto, e encheu todos os furos das orelhas com pequenos brincos de argola.

Christopher pegou a roupa que Samay escolhera: a calça jogger de malha preta e o suéter creme.

Dulce fora a primeira a sair do quarto enquanto ele ainda terminava de pentear o cabelo, só depois ele tomou o mesmo caminho que ela. Parou, entretanto, para pegar a garrafa de tequila e o vinho, levando ambas as opções até a cozinha.

Antes de entrar, ainda passou pela sala e ligou o som, deixando o CD de Carla Morrison preencher a casa com as músicas suaves.

Christopher= María! – parou na porta da cozinha e levantou as duas mãos. – O que você prefere?

Dulce= Sobre o que? – fechou a geladeira e virou-se para ele, sorrindo ao ver as bebidas. – Hm!

Christopher= Você escolhe. – aproximou-se dela.

Dulce= Normalmente essa. – apontou a tequila. – Mas hoje... essa. – pegou a garrafa de vinho.

Christopher= Que assim seja. – deixou a tequila de lado. – E por que hoje é diferente? Só pra eu saber.

Dulce= Ué... – ia falar, mas notou o sorriso dele. – Combina mais com o prato que farei.

Christopher= Hm. – encarou-a. – E só isso?

Dulce= Só isso. – entregou-lhe o vinho e virou-se de costas para ele.

Christopher= Bem... se você diz. – riu baixo. – Eu acredito.

Dulce= É isso. – deu de ombros e pegou a abobrinha. – Só isso. Me ajuda a cortar as coisas?

Christopher riu sozinho, ele tinha a resposta tão fácil do porquê da escolha diferente: era 14 de fevereiro, era dia dos namorados, era início de namoro, e portanto, a data perfeita para que comemorassem.

Mas ela não diria o que ele queria ouvir. Não naquele momento.

Christopher= Te ajudo. – abriu a gaveta e pegou o saca-rolhas. – Sirvo o vinheiro primeiro?

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora