Santiago= No que é que está pensando? – disse um pouco mais firme, ainda mantendo o volume baixo da voz. – Compartilhe comigo, no que está pensando?
Dulce= Nos políticos com quem a Alisson conversava, mas principalmente, naqueles com quem ela parecia nutrir algum tipo de... relacionamento. – ele franziu o cenho. – Conheci a Anahí na revista.
Santiago= Certo. – tentava compreendê-la. – E...?
Dulce= Ela foi até a revista para tratar de assuntos de certo candidato... assessorado por ela. – deu de ombros. – Entendeu agora?
Santiago= Um candidato assesso... – arregalou os olhos e a frase ficou pela metade. – Está maluca?
Dulce= Não. – sussurrou.
Santiago= Dul... – perguntou baixo. – Não está pensando que o Christopher tem algo a ver com o sequestro do Dante, está?
Dulce= Não, claro que não! – disse em tom absurdo. – Mas estou pensando que ele tem um pai político, e que a família dele tem um relacionamento bem consolidado com o Anthony. E se o Anthony é pai da Anahí, e ela queria a ajuda da Alisson, que é tia...
Santiago= Então, talvez, o Walter esteja ligado a isso. – mirou o prédio do outro lado da rua. – O pai do Christopher... de modo bem sujo.
Dulce= Porque esse é o tipo de coisa que o Christopher não suportaria, se soubesse. Então faz todo o sentido que ele não esteja por dentro. – mordeu o lábio inferior. – E se o Walter estivesse envolvido, faria ainda mais sentido o quanto ele me tratou inicialmente bem, e o quanto pareceu punir o Christopher durante a minha última viagem. – arfou. – Não sei, Santi, estou enlouquecendo por pensar mal do meu sogro?
Santiago= Não, Dul... – manteve o olhar no prédio. – O pior é que não acho que isso seja loucura, aliás... – pensou por alguns segundos, a palavra dita não teria volta atrás.
Dulce= Seria o mais provável. – sussurrou ao completar a frase.
Santiago= Seria. – concordou, com certo pesar na voz. – Sinto muito.
Dulce= É... – a voz quase não saiu. – Eu também sinto.
Santiago= Não sei como consegue raciocinar tão rápido essas coisas. – pela primeira vez voltou a olhá-la.
Dulce= Caçar políticos era o que eu mais fazia com o Dan. – a mirada perdeu-se em meios às lembranças. – Pensávamos nisso o tempo todo. Com o passar do tempo, nossa mente ficou condicionada a armar esquemas, isso já nem era dificuldade alguma.
Santiago= Acho que eu não saberia... – o celular vibrou. – Espere aí.
Dulce= Lucía outra vez? – levou os olhos até o aparelho dele.
Santiago= Não, é do jornal. – estranhou. – Meu editor-chefe em pleno sábado à noite... estranho.
Dulce= Atenda! – incentivou-o.
Santiago= Não vou poder sair daqui. – deu de ombros. – É melhor eu nem...
Dulce= Santi! – arqueou as sobrancelhas. – Não me desobedeça agora.
Trocaram um olhar cúmplice, e fora a primeira vez que ambos sorriram sem qualquer tensão no rosto, recuperando um pouco da leveza que costumavam carregar naturalmente naquela amizade. O jornalista atendeu o chefe, e sua expressão transformou-se em surpresa rapidamente. Ele, no entanto, não expressou nenhuma palavra mais, apenas concordou com tudo o que ouvira do outro lado da linha.
Quando encerrou a chamada, precisou de alguns segundos para digerir a notícia, e Dulce respeitou tal tempo, esperando em silêncio até que ele tivesse novamente a intenção de falar.
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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...