Capítulo 01
Dulce penteava os fios longos e castanhos em frente ao espelho, fez um coque alto e jogou a franja para o lado, como de costume.
Vestiu a saia preta, justa e na altura dos joelhos, combinando com a camisa social branca e o blazer escuro.
Deixou todos os botões fechados, escondendo ainda mais o corpo magro e o volume dos seios.
Passou o protetor solar no rosto, já que a pele branca queimava com facilidade no sol, fez uma leve maquiagem e coloriu os lábios com o batom claro.
Fernando= Não tem leite? – encarava a geladeira. – Como foi que acabou tão rápido?
Dulce= Pai? – pegou a bolsa em cima da cama e foi a passos rápidos até a cozinha.
Fernando= Não tem leite. – suspirou. – Acredita nisso?
Dulce= O que foi, pai? – deixou a bolsa em cima da mesa e aproximou-se do homem, abaixando-se para lhe dar um beijo no rosto. – O que o senhor quer?
Fernando= Leite. – olhou-a e sorriu. – Você está linda, Dulce.
Dulce= Obrigada. Eu vou trabalhar. – fez com que ele se sentasse à mesa. – O leite está no armário de cima, me desculpe, eu esqueci.
Fernando= Você faz de propósito, né? – perguntou divertido. – Pra eu não conseguir pegar.
Dulce= Sabe que não, mas bem que eu deveria. – pegou a garrafa no armário. – O senhor anda tomando leite demais.
Fernando= O café não tem graça sem ele. – justificou-se, pisando no banquinho para poder sentar-se na cadeira.
Dulce= E é por isso que eu escondo. – abriu a garrafa e a colocou na mesa.
Fernando= Você abusa da vantagem de ter um pai de 1,30m. – ela sorriu e apoiou-se na mesa.
Dulce= Tenho sorte, porque todo o amor do mundo vem compacto nesses 1,30m. - ele lhe tocou o rosto.
Fernando= Te amo, querida. – por fim deixou de reclamar.
Dulce= Amo você também.
Fernando tinha a pele branca, mas não tanto quanto a filha. Os olhos de um verde extremamente claro, o cabelo já branco e o corpo pequeno. O nanismo lhe impusera muitas dificuldades na vida, mas ele aprendera a ultrapassar todas, incluindo o preconceito da sociedade, e agora conseguia realizar quase suas atividades quase de maneira independente.
Fernando= Você vem almoçar em casa hoje? – serviu-se um pouco de café.
Dulce= Não posso, terei um dia cheio no trabalho. – foi interrompida pela campainha. – Acho que a Reme chegou, hm?
Fernando= Eu poderia ir sozinho à aula, você sabe. – reclamou.
Dulce= Ela é uma ótima companhia. – retrucou enquanto ia atender a porta.
Remedios= Você está atrasada! – exclamou assim que a viu.
Remedios era uma senhora amável e muito agradável, tinha a idade próxima de Fernando, e o ajudava diariamente nos afazeres de casa. O homem não fazia questão alguma de ajuda, mas aceitara depois de tanto a filha insistir. A senhora tinha o cabelo castanho e os olhos da mesma cor, o corpo um pouco acima do peso, a pele negra e a altura bem próxima à de Dulce.
Dulce= Perdi a hora. – deu espaço para que ela entrasse. – E o senhor encrenqueiro queria leite, eu esqueci que havia guardado no armário mais alto.
Remedios= Eu termino o café da manhã pra ele. – acompanhou-a até a cozinha. – E você pode ir.
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Jogada Perfeita
RomansaEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...