Capítulo 11, parte X

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Primeiro pensou no quanto queria estar com Christopher, deitada na rede, vivendo as mais intensas hora de amor, entregando-se a ele por completo, encontrando em seus braços tudo o que jamais pensara encontrar, desejar ou sentir outra vez.

Depois pensou na voz feminina que atendera a ligação, e concluiu que, naquele momento, ele provavelmente vivia todas as "intensas horas de amor" com a mulher. Era outra, não era ela.

Talvez fosse melhor assim. Talvez não vê-lo favoreceria a ambos e evitaria que ela cometesse uma loucura ao confiar a história de Dante a um mero conhecido com quem tinha uma, estrondosa e absurda, sintonia na cama. Bem, na cama, e fora dela. Em tudo.

Merda, Alex, repreendeu-se em pensamento, aquele não era o momento para isso.

Santiago voltou em seguida, trazendo-a imediatamente para a realidade, qualquer pensamento sobre Christopher teria que ficar para depois.

O jornalista sentou-se outra vez e ela rapidamente ficou sobre ele, mantendo as pernas ao redor de sua cintura. Apenas os pés dele tocavam o chão, e ela tomou a iniciativa de finalmente unir os corpos.

Santiago a segurou pela cintura, deslizando as mãos por toda a extensão das costas dela, enquanto os corpos moviam-se de uma forma que, se não vivessem naquele momento, diriam que impossível.

Dulce fechou os olhos e deixou-se levar pelo prazer que sentia, permitiu que seu corpo reagisse a todos os toques e movimentos dele; não queria se envolver. E não queria se envolver, porque tinha a mente e os sentimentos completamente perturbados e fugindo a todo instante até Alex. Quanto mais ela lutava para esquecê-lo, mais ele parecia dominá-la.

Buscou os lábios de Santiago, o beijou com todo o empenho e desejo que tinha, queria concentrar sua atenção e prazer somente nele.

E tornou-se relativamente fácil.

Fora fácil entregar-se ao beijo intenso, ao corpo dele que lhe invadia com força, às carícias cada vez mais intensas; era fácil deixar-se levar pelas mãos dele envolvendo-a por completo.

Abraçou-o e gemeu antes seus lábios, sentindo-o puxar seu corpo e logo espalmar a mão em sua bunda. Sorriu. Estava entregue.

Santiago afastou os corpos, levantou-se e com facilidade puxou a morena dali. Colocou-a em seu colo e ela, involuntariamente, passou as pernas por sua cintura.

Deram poucos passos até a sala, ele a deixou de quatro no sofá, e Dulce empinou o quadril em seguida. Os corpos juntaram-se outra vez.

Tudo acontecera exatamente como de costume. A sincronia, a confiança, o respeito e ao mesmo tempo o atrevimento a cada tapa ou puxão de cabelo, os gemidos que cresciam, as respirações misturadas.

Logo ele a virou para si, deitou-se por cima dela e a beijou enquanto voltava a penetrá-la. Olharam-se, sorriram, gemeram juntos, ele a beijou, ela lhe arranhou as costas e o abraçou. Ele aumentou a velocidade dos movimentos e ela só sentia prazer. Apenas prazer, seu corpo inteiro se excitava e entregava a ele. Ela vivia inteiramente cada sensação.

Dulce= Ahm... – separou as bocas e deixou a cabeça cair para trás.

Ele a puxou o corpo dela para o centro do sofá e apertou a mão em sua coxa enquanto movimentava-se com rapidez.

Dulce logo sentiu o corpo chegar ao limite e o gemido escapou alto entre seus lábios. Em seguida soube que o amigo atingira o mesmo clímax.

Ele lhe deu um último beijo, separou os corpos e então deitou-se ao lado dela no sofá.

Dulce fechou os olhos e respirou fundo, pensou em Christopher outra vez.

Pensou em como seria se tivesse vivido aquele momento com ele. Provavelmente agora ele a abraçaria, a encheria de beijos, diria tantas frases bobas que ela nem conseguiria responder, e acabariam perdendo-se um no outro por tantas horas; como desejava o político por perto.

Dulce= Santi? – abriu os olhos e ele a puxou para perto, abraçando-a por trás e lhe beijando a nuca; ela riu. – Santi!

Santiago= Espinosa. – desceu a mão pelo corpo dela.

Dulce= Não! – riu. – Filho da mãe!

Santiago= Vou te contar uma coisa. – mordeu a nuca dela. – Minha ducha ainda funciona que é uma beleza e...

Não teve tempo de concluir a frase, ela soltou-se de seus braços, lhe piscou e correu alegre até o banheiro. Santiago levantou-se e foi atrás dela, aquela noite ainda iria longe para ambos.

Terminaram fazendo sexo embaixo do chuveiro e depois acabaram deitados na cama, rindo enquanto relembravam as loucuras já vividas juntos.

Santiago= Eu realmente estava certo. – deitou-se de lado e a olhou. – Você me tira do bom caminho.

Dulce= Você criou o mau caminho. – estava de lingerie e tinha o lençol cobrindo apenas parte do corpo. – Não tente se passar agora.

Santiago= Hm. – arqueou uma sobrancelha e ela virou-se para ele.

Dulce= Preciso ir embora. – apoiou o cotovelo na cama e levantou parte do tronco. – Já fiquei tempo demais.

Santiago= Está tarde, encrenquinha. – olhou-a. – Dorme aí, é de graça. – ela arqueou uma sobrancelha, olhou-o em silêncio por alguns segundos e então gargalhou. – Dul!

Dulce= Você é uma piada! – aproximou-se e beijou-lhe o rosto. – Eu já vou.

Santiago= Encrenca. – girou os corpos e deitou-se por cima dela. – É madrugada. Não vai sair à noite.

Dulce= Já fui embora bem mais tarde do que isso. – abriu mais as pernas, deixando que ele se encaixasse sobre ela.

Santiago= É tarde. – beijou o canto dos lábios dela. – Falo sério.

Dulce= E eu não durmo aqui. – mordeu o lábio inferior dele. – Falo sério.

Santiago= Te levo? – ela negou. – Vai com o meu carro, então.

Dulce= Não e não. – voltou a girar os corpos e ficou por cima dele. – Não preciso disso, você sabe.

Santiago= Vai com o meu carro. – apertou a bunda dela, que riu. – Passa aqui e me pegar amanhã.

Dulce= Santiago. – ficou séria.

Santiago= É isso ou não te deixo sair dessa cama hoje, Dulce María. – arqueou uma sobrancelha ao falar. – Não vai embora de transporte público e nem se meter em táxi sozinha agora.

Dulce= Sabe... – aproximou os lábios dos dele. – O encrenqueiro aqui é sempre você.

Santiago= Somos nós. – reforçou e ela lhe roubou o beijo.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora