Capítulo 23, parte III

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Christopher= Quer dizer muita coisa, Dulce! Mas quer saber o que você vai fazer agora? – segurou os pulsos dela. – Vai dizer que isso te pressionou muito, vai dar dois passos pra trás e abrir mão de tudo o que vivemos, de cada dia que passamos. Dos jantares, dos cafés da manhã, dos almoços, do quanto nos entendemos.

Dulce= Eu preciso de tempo! – gritou ao debater-se. – E me larga!

Christopher= Eu conheço o seu tempo! – com uma das mãos, segurou os pulsos dela acima da cabeça. – Posso continuar contando pra você, quer?

Dulce= Me larga, Christopher! – a outra mão dele a abraçou pela cintura. – Me larga!

Christopher= Você vai perceber o quanto está envolvida nisso, que tudo o que passamos não é bobeira, que eu falei sério em cada uma das propostas que te fiz. – encostou-a no vidro. – E aí você vai voltar, vai me mandar calar a boca, vai me beijar... e eu vou cair feito bobo. – ela abriu a boca. – É isso que eu não quero mais. Porque fiz e faço de tudo pra você ser feliz, mas você se recusa.

Dulce= Odeio você! – tentou soltar-se. – Me larga! Eu odeio você!

Christopher= É recíproco! – disse por impulso.

Dulce= Muito! – reclamou, estava incomodada com tudo o que ele dizia.

Christopher= Igualmente! – disse e negou com a cabeça. – Eu quero e gosto de você do meu lado, garota. Eu viveria o resto da vida contigo, eu acordaria todos os dias do seu lado, eu trabalharia com você, entregaria tudo pra você, eu... – acalmou-se. – Eu estou disposto a te fazer feliz, mas na realidade, o que você realmente odeia é a felicidade.

Dulce= Não é verdade. – sussurrou. – Eu odeio tudo em você.

Christopher= Não odeia. – encarou-a. – Você odeia perceber o quanto é feliz comigo, como é capaz de encontrar felicidade de novo, odeia que tenha encontrado o pai dos seus filhos sem nem precisar procurá-lo.

Dulce= Não. – passou lentamente a língua sobre o lábio inferior. – Eu odeio... cada detalhe.

Christopher= Odeia não ter controle. – encostou o corpo ao dela. – Odeia não poder controlar o que sente e como sente, mas provavelmente, e dessa vez é apenas um chute, você odeie o simples fato de não poder me odiar.

Dulce= Christopher. – sentiu as pernas vacilarem.

Christopher= Dulce. – entrecerrou os olhos. – Você nunca fala de sentimentos por mim, mas agora você escolhe o ódio. Sabe qual o sentimento mais próximo dele?

Amor.

Ela sabia.

Muito amor. Puro amor.

Mas não estava nada pronta para falar aquela palavra outra vez, então respondeu à pergunta da única maneira que podia fazer sem precisar mentir: o beijou.

Conseguira alcançá-lo graças ao alto salto que usava e o inclinar do corpo sobre o homem.

Soltou-se finalmente, mas diferente do que dizia, ela não quis sair dali. Passou os braços ao redor do pescoço dele e sentiu como a língua dele invadia a sua, mesclando-se de maneira tão certeira; beijá-lo seria sempre um de seus gestos preferidos.

Christopher cedeu, e não é que quisesse terminar a conversa daquela forma, mas estar com ela seria sempre o seu ponto fraco.

Tirou-a do chão e as pernas dela enlaçaram sua cintura de maneira imediata, os passos se fizeram perdidos e ele deixou-se cair no sofá, mantendo-a sentada sobre si.

Dulce= Odeio. – deslizou a mão pelo peito dele, abrindo a camisa botão por botão.

Christopher= Quem? – tirou o casaco dela. – A mim?

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora