Capítulo 74, parte IV

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Dulce= Ele está vivo! – gritou com refrigério. – Sua filha da puta, ele está vivo!

Ailin= O que? – caiu sentada na cadeira.

Noah= Do que está falando? – mirou a ex-cunhada. – Do que ela está falando, Anahí? – a loira negou com a cabeça. – Fala comigo!

Dulce= Quer uma prova do quão incompetente são os funcionários deste lugar? – mirou a assessora. – Eu estava almoçando com o Juan quando a Ailin me ligou. Com o Juan. Em carne, osso... e verdades.

Anahí= Que? – a expressão assustou-se da forma que a morena nunca vira antes. – O que?

Dulce= Não adiantou mentir, ele me achou. – deu de ombros. – E eu já sei sobre a ordem ter vindo do presidente, assim como também sei que não a cumpriram. Sei que Dante saiu vivo de Tepito e assim continua: vivo! – perdera o controle e deixara-se vencer pelas lágrimas. – Sei sobre o seu pai e a corja da sua família!

Anahí= Dulce...

Dulce= Verdade seja dita! – arqueou as sobrancelhas. – Está tão empenhada em encontrar uma desculpa, porque foi o seu pai quem mandou matar o Dan!

Christopher= O que? – assustou-se ao olhar para a loira.

Noah= Que? – e muito mais do que surpresa, ele parecia simplesmente não entender.

Ailin= Mas... que? – chacoalhou a cabeça, nada naquela sala fazia sentido algum.

Anahí= Do que está falando? – e pareceu encontrar forças quase que instantaneamente. – O que é que...

Dulce= Sei sobre o envolvimento e o quão sujo vocês jogam. Sei sobre as pessoas vendidas para a Rússia, sei sobre o exército corrupto. – a loira não pareceu surpresa, e controlou-se para não olhar o alemão. – Sei que pegou o soldado. Não precisa esconder mais nada. – secou as lágrimas. – Eu não quero nada de você.

Anahí= Juan não pode comprovar nada do que diz. – aproximou-se dela. – Ele diz, mas não tem provas. Também me deu todo esse discurso, mas nunca comprovou nada sobre o Dante. Foi por isso que escolhi não te contar nada. – encarou-a. – E escolheria de novo. Porque não queria te ver nesse estado. Dulce, você é mi... – as palavras travaram e ela tragou com dificuldade. – Você me importa. De verdade.

Dulce= Anahí. – mantiveram os olhos presos um ao outro.

Anahí= Você me importa. – repetiu pausadamente. – Realmente me importa.

Dulce= Eu te odeio.

A frase soara irritada e ressentida da parte de Dulce, mas Anahí a compreendera de maneira muito mais intensa.

Para Dulce, tudo aquilo não passava de mentiras, falsidade, histórias e invenções para machucá-la ou para promover a carreira de Christopher. E agora ela sentia genuína repulsa por todos os atos que Anahí pudesse ter feito, não podia ignorar o sentimento de traição e opressão pela invasão que a loira fizera em suas contas e em sua vida.

Para Anahí, entretanto, aquela era a despedida mais difícil que já enfrentara. Havia descoberto uma irmã, havia encontrado alguém que era, verdadeiramente, a sua metade. Nunca tivera um grande amor, e agora sabia que, acima de qualquer romance, ela tinha uma metade que não seria preenchida de nenhuma outra forma. Há tempos ansiava pelo momento de contar à Dulce sobre o passado que as unia, queria a companhia dela muito mais do que uma amizade ou convivência. Ela queria sua irmã por perto, lado a lado.

Aprendera a amar Dulce, aprendera a gostar do gênio forte, da risada boba, das piadas que poucos entendiam, do grande senso de justiça que ela carregava. Dulce lhe trazia esperança, lhe dava doses de vida que a faziam aguentar as situações mais difíceis; Dulce lhe importava. Dulce se convertera em tudo o que ela tinha.

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