Dulce= Pessoal? – foi até a sala. – Oi... cheguei.
Remedios= Dulce! – parou de limpar a mesa.
Fernando= Até que enfim! – soltou o tablet e foi até ela. – Minha filha, assim você me mata de preocupação!
Dulce= Eu... que? – foi obrigada a soltar a caixa quando o pai a abraçou pelas pernas. – O que aconteceu? Eu avisei onde estava, eu... eu esqueci alguma coisa?
Remedios= Minha querida, nós ficamos assustados. – foi até ela e lhe beijou a testa. – Pensamos que pudesse ter acontecido alguma coisa.
Fernando= Você precisa parar de ser corajosa assim! – beliscou-a na perna.
Dulce= Ai! – reclamou e afastou-se dele. – O que foi que eu fiz?
Fernando= Enfrentou aquele homem no metrô! – disse em tom óbvio. – Eu não tenho idade, eu não tenho coração para ver uma coisa daquelas! E você não atende esse telefone!
Dulce= Pai, eu... – confusa. – Perdão, eu não... é que eu não pensei que fosse... eu... só... me desculpe. – olhou-o. – Foi uma manhã... de merda.
Fernando= Eu imagino. – lhe estendeu as mãos. – Um emprego é sempre um emprego.
Dulce= O que? – piscou seguidas vezes. – Como sabe?
Fernando= Você no metrô às onze da manhã? – sentou-se com ela. – Com uma caixa? E depois de se envolver com o candidato... não precisei nem usar muito da minha inteligência.
Dulce= Me perdoe, pai. – disse de imediato. – Não tenho uma boa desculpa pra te dar, eu não tenho nem o que dizer.
Remedios= Vou pegar um pouco de água. – piscou para o homem e os deixou a sós.
Fernando= Um emprego não define você, meu amor. – segurava-lhe as mãos. – Era previsível que isso fosse acontecer. Não pensei que seria tão rápido, mas sabia que aconteceria.
Dulce= Jamais pensei, pai. – arfou. – Ela me disse que a revista deve ser imparcial, e se eu estiver com o Christopher, pode parecer que estamos optando por um lado.
Fernando= Esse rapaz está crescendo muito rápido. – olhou-a. – Está chamando a atenção, vocês juntos está... está uma loucura, minha filha.
Dulce= Juro que não penso sobre isso, pai. Eu juro que simplesmente gosto dele e... eu não queria nada além. Você sabe! – soltou-o. – Não quero deixar de apoiá-lo, mas é tão pesado atender às expectativas dos outros sobre nós e sobre... mim.
Fernando= Precisa entender o que esse rapaz representa, minha filha. Você e Dante faziam o que faziam e jamais eram reconhecidos, mas agora, com esse Uckermann, qualquer passo será notado e comentado. – ela encostou-se no sofá. – O que é ruim, porque deixa você muito exposta e eu não gosto disso, mas também há algo positivo. Olhe só o que você causou hoje!
Dulce= Eu não fiz...
Fernando= As pessoas não param de comentar sobre o vídeo! Você usou essa voz que ganhou para algo bom. – animou-a. – E é para isso que você deve usá-la. Agora fará as coisas bem pensadas, com cuidado e de maneira correta. Deixe aquela teimosia do Dante para trás.
Dulce= Está para trás. – garantiu. – Prometi que não faria nada daquilo de novo, e vou cumprir. E além do mais, o Christopher nem gosta dessas coisas.
Fernando= Acho bom! – disse firme e ela riu. – Ele não gostar é justamente o que me faz gostar dele.
Dulce= Pai! – o homem deu de ombros. – Prometo encontrar um novo emprego, ok? Eu vou me esforçar. E de qualquer modo, tenho aquele dinheiro guardado. Nós vamos ficar bem.

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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...