Capítulo 60, parte III

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Christopher= María? – entrou na sala outra vez. – Tudo bem? Anahí saiu cuspindo fogo daqui.

Dulce= Sim... – olhou-o. – Tudo certo com a sua mãe?

Christopher= Sim, amor. Ela te mandou um monte de beijos, falou que você vai adorar os livros que ela mandou. – sorriu ao aproximar-se a encarou. – O que foi, hein? Que cara é essa?

Dulce= Nada. – abraçou-o pela cintura. – Acho que nada. Eu penso coisas demais.

Christopher= Quer dividir? – apertou-a em seus braços. – Fale comigo.

Dulce= Não, eu só... – apoiou o queixo no peito dele. – Seria muita loucura pensar que o Alfonso faria qualquer maldade com a Anahí, certo?

Christopher= Que? – franziu o cenho. – Que isso, María?

Dulce= Não sei. – soltou-o. – Ela tinha... Eu estava conversando com ela agora, e vi que ela tinha umas marcas no braço. Perguntei o que era, e ela disse que havia se batido. Mas o ponto é que eu olhei e não... aquilo era marca de quem apanhou. – desabafou. – Tenho alguma prova do que estou falando? Não. – arfou. – Tenho sequer a confirmação verbal dela? Também não. Mas algo me diz que eu não estou errada, sabe?

Christopher= O que eu sei é que Poncho jamais levantaria a mão para uma mulher! – disse firme e confiante. – E muito menos para a Anahí. Nunca!

Dulce= Eu sei, é loucura. – levou as mãos ao rosto. – Eu só... me desculpe por ter pensado.

Christopher= Meu irmão tem muitos defeitos, e não o salvo de nenhum deles, mas bater em uma mulher... – negou com a cabeça. – Fomos muito bem-criados para jamais fazer isso. Evitamos brigas de qualquer tipo.

Dulce= Eu sei, eu sei, eu sei. – corou.. – Me desculpe. Perdão. Eu não deveria ter falado... não deveria ter sequer pensado.

Christopher= Não, não deveria. – sério. – Isso, não.

Dulce= Me desculpe? – encarou-o. – Pode me desculpar? Por favor.

Christopher= Sim. Se quer saber o que acontece com ela, eu posso perguntar. Talvez ela se abra comigo mais do que com você. – deu de ombros. – Se Ani sofre qualquer tipo de abuso, nós precisamos saber. Anthony precisa saber. Essa pessoa não pode sair livre disso.

Dulce= Não, Alex, por favor. – pensando. – Pode não comentar nada com o pai dela? Por favor, aquele dia que eu o vi, eu não... sei lá, eu não gostei da energia dele.

Christopher= Você confia em alguém? – franziu o cenho. – Porque desconfia do meu irmão, não gosta do pai dela, em quem você confia? – ela abriu a boca para falar. – Confia em mim, pelo menos?

A resposta que ela queria dar era bastante óbvia e sincera: eu só confio no Noah.

Mas sabia que isso abalaria muito mais a própria relação do que ajudaria Anahí, e comentar sobre a volta do alemão seria um erro ainda maior. Até onde sabia, Alfonso jamais oferecera um relacionamento minimamente aceitável para Anahí, mas ela também sabia que o namorado sempre defenderia o irmão; discutir seria inútil.

Dulce= Óbvio que confio em você. – puxou-o pela cintura. – Pare com isso. – beijou-lhe a bochecha seguidas vezes. – Talvez meu incômodo com o Poncho seja porque ele sempre a manteve como amante, e esse tipo de situação me revolta. E com o Anthony... eu só não o conheço bem o suficiente. – deu de ombros. – E quando uma mulher sofre abuso, normalmente, ela não conta para alguém da família, e menos ainda para o pai. Falar com ele pode assustá-la ainda mais.

Christopher= Mas me preocupo com ela. O que fazemos, então? – pensando. – Eu não... eu não posso não fazer nada! Não dá pra sentar e assistir um crime assim!

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora