Capítulo 75

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Capítulo 75

Dulce ainda sentia o corpo agitado por tudo o que ouvira e dissera nos últimos minutos, seu coração era inconstante, ora acelerado ao extremo, ora tão devagar que ela julgava ser capaz de parar de bater.

As palavras de Christopher não saíam de sua mente, o olhar de Anahí era uma incógnita que ela não se julgava capaz de decifrar, e a frieza de Noah... ela não soube dizer se ele era frio ou se aquilo tudo simplesmente não o surpreendera em nada.

Ailin= Dulce! – o grito mais alto atraiu, finalmente, a atenção da morena. – Me espera!
Dulce= Li, esse não é o melhor momento. – voltou a andar.

Ailin= Esse é justamente o momento! – apressou o passo até ela. – Dulce!

Dulce= Eu quero ficar sozinha. – saiu do prédio, e sem saber exatamente o que fazer, simplesmente virou à esquerda e seguiu andando.

Ailin= E eu quero ficar com você! – puxou-a pelo braço e então encararam-se. – Chega de me manter à margem de tudo. Como é que eu posso ajudar?

Dulce= Li... – buscou o ar.

Ailin= Você acabou de descobrir qual é a sensação de ser deixada de lado e poupada de tudo o que deveria ser direito seu. – soltou-a devagar. – Vai ser tão incoerente a ponto de fazer isso comigo também?

Dulce encarou a ruiva, não deveria negar uma informação a ela, não deveria poupá-la do direito de saber sobre Dante; eram irmãos e ela sentia falta dele.

Dulce= Isso é jogar baixo. – estalou a língua e a voz tornou-se mais leve.

Ailin= A gente faz o que pode. – deu de ombros. – O que pensa em fazer?

Dulce= Eu peço ajuda. – pegou o celular na bolsa. – E você pede uma carona para sairmos daqui.

Ailin= Qual o endereço? – assentiu de imediato.

Dulce= Eu coloco. – discou o número e levou o aparelho ao ouvido. – Vem, vamos andando, eu não quero ficar perto desse lugar.

Ailin= Tá. – pegou o celular e abriu o aplicativo. – Para onde?

Dulce= Vem cá. – pegou o aparelho dela.

Lucía= Oi, Mary! – atendeu com a voz animada e leve.

Dulce= Oi, Lú! Está em casa? – digitava o endereço.

Lucía= Na Ari. – comentou. – Por quê? Precisa de alguma coisa?

Dulce= Preciso da sua ajuda. – terminou de escrever e entregou o telefone para a ruiva.

Lucía= Da minha? – endireitou-se no sofá. – O que houve?

Dulce= Não posso falar por telefone. – caminhava enquanto olhava para os lados, certificando-se de que Anahí não colocara ninguém para segui-la. – Me encontra em um endereço? Eu te mando qual é.

Lucía= Claro, mas o que houve? – mirou a amiga, gesticulando que precisaria ir embora. – Você está bem?

Dulce= Sim. Eu só preciso de ajuda. – disse com tanta seriedade, que a morena entendeu rapidamente que o assunto era suficientemente sério.

Lucía= Feito.

Dulce= E, Lú, não conte a ninguém sobre isso. – a ruiva a fez parar de andar e apontou o carro que vinha na direção de ambas. – Especialmente ao seu primo.

Lucía= Não se preocupe. Me mande o endereço pelo aparelho que eu te dei, ok?

Dulce= Sim. Traga o seu notebook, por favor. – a morena confirmou. – Obrigada.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora