Capítulo 67

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Capítulo 67

O relógio marcava meia-noite em ponto quando Lucía deixou o quarto de Dulce, e a morena deitou-se na cama, ainda saboreando a última cerveja aberta.

Pegou o celular, abriu a conversa com o namorado e encarou o chat por tempo suficiente para que os olhos marejassem. Não trocavam uma palavra desde o horário do almoço, nenhuma ligação, nenhuma mensagem, ainda que ela tivesse dado tantos sinais. Fora clara ao dizer o quanto esperava uma ligação no final da noite, mas ali estava o chat: vazio, quieto, em completo silêncio.

Alex meu favorito
Visto por último hoje às 23h17

Dulce= Argh! Que ódio! – deixou o celular de lado e virou-se na cama, abafando o grito contra o travesseiro. – Alex! – apertou os dedos contra o lençol, enrugando-os com força. – Llámame, joder... llámame.

Exalou. Respirou e inspirou seguidas vezes. Arfou. Sentiu o nó na garganta. O estômago se revirou.

Dulce= Inferno. – levantou-se, cruzando as pernas ao caminhar até o banheiro.

Ajoelhou-se contra o vaso sanitário, segurou o cabelo e colocou toda a cerveja e comida para fora. Sentiu como as costelas se contraíam, como o estômago se repuxava e a garganta tornava-se áspera pelo esforço e incômodo que aquilo lhe causava.

Levantou-se ainda com certa dificuldade, apoiou as duas mãos na pia e permitiu-se fechar os olhos enquanto normalizava a entrada e saída de ar pelos pulmões outra vez.

Lavou o rosto, escovou os dentes, limpou toda a sujeira feita e voltou para o quarto.

Deixou de lado o restante da cerveja e deitou-se na cama de novo, respirando fundo. Queria ligar para Christopher, deveria ligar para Christopher, mas o orgulho a mantinha travada.

Ela dissera o quanto queria uma ligação, ela o chamara de Alex, ela fizera a oferta de paz; cabia apenas a ele o próximo passo. Dormiu sem saber quanto tempo tardara para tal coisa.

Despertou às três horas da manhã, a barriga revirando-se de tantas formas que ela já não sabia o que queria primeiro: ir ao banheiro ou vomitar tudo o que ingerira.

Optou pela segunda alternativa. Sentiu-se melhor, pelo menos o suficiente para que dormisse de novo.

Voltou a acordar às seis horas da manhã, a dor cabeça pulsando na região da testa, um recordatório honesto de que deveria parar de beber.

Uma hora depois, desceu para tomar o café da manhã com Bárbara, e ao ver as opções de frutas, sentiu, literalmente, água na boca. Saboreou cada pedaço da refeição, e ali mesmo fez a última reunião com a escritora.

Quando subiu novamente ao quarto, não teve mais do que meia hora para arrumar a mala e deixar o local.

Ao sair do hotel, sentiu o enjoo de imediato, talvez fosse a diferença de temperatura do ar-condicionado para o calor intenso da cidade, ou então as consequências de uma noite de álcool que ela deveria ter evitado.

Entrou no taxi, encostou a cabeça na janela e o celular vibrou.

Galán Guzman
Quer dizer que a miss México foi embora e não se dignou nem a passar para um mísero adeus?

Dulce María
Quer dizer que o mister Espanha precisa desse afago todo? Ai, por favor...
Aproveite o México, Gal.
Beijo

Galán Guzman
Sempre adorável, México.
Um prazer te encontrar!
Boa volta... beijo, miss.

Dulce chegou ao aeroporto pouco tempo depois, fez o check-in rapidamente, despachou a mala e seguiu para a sala de espera.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora