Capítulo 71, parte II

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Saiu do banho quase quinze minutos depois, voltou para o quarto e vestiu-se rapidamente: calça laranja, cropped roxo escuro e um casaco por cima da mesma cor.

Maquiagem leve, pouca base, carregado rímel nos cílios, sobrancelha preenchida superficialmente, e o batom nos lábios.

Cabelo solto e jogado de lado, todos os furos com diferentes tamanhos de brinco de argola.

Calçou o tênis branco, pegou a bolsa e então o candidato entrou no quarto, parando de frente para a morena

Dulce= Eu preciso ir. – ele se aproximou. – Não quero me atrasar. – ele a abraçou. – Alex, eu estou... – sentiu a mão dele subir entre os fios de seu cabelo e deixou o rosto apoiado no peito do noivo. – Droga, Alex...

Christopher= Me perdoe. – sussurrou. – Perdão. Erre feio. Me perdoa.

Dulce= Sei que você não é assim. – fechou os olhos. – Sei que nós dois não somos assim, mas...

Christopher= Não. – acariciou-lhe os cabelos. – Por favor.

Dulce= Às vezes você fica cego. – travou as carícias e afastou-se. – Você fica tão cego, que entra no discurso doentio da Anahí, e coloca tudo isso acima de quem você realmente é.

Christopher= Eu falei tudo de uma forma errada. – exalou. – Me preocupo com o Poncho justamente porque ele sempre colocou a carreira acima de tudo, eu faria algo assim, mas ele... eu não esperava. Não o julgo, óbvio que não, e você sabe que não acho que ele tenha agido errado agora.

Dulce= Então o apoie. Esteja lá para ele, porque ele vai precisar de você. – deram as mãos.

Christopher= Eu liguei, ele me disse que está em Mineral e não quer ser incomodado por ninguém.

Dulce= Ok. – assentiu. – Não conte ao seu pai. Respeite o pedido dele.

Christopher= Eu não contei. – ela deu um leve sorriso. – E nem vou.

Dulce= Eu te amo, Alex. – ficou na ponta dos pés e lhe deu um selinho, o primeiro daquele dia. – A única coisa que peço é que não se esqueça de quem você realmente é.

Christopher= Não me esqueço. – abraçou-a com carinho. – Eu amo você.

Dulce= O senado pode chegar do jeito que você sempre quis, e se chegar, não quero que deixe o poder tomar conta de quem você é, não deixe sumir o garoto por quem eu me apaixonei. – olhou-o nos olhos, e pela primeira vez sentiu um aperto ao falar. – E se o senado não chegar, por favor, não se perca na frustração, na tristeza, na raiva. Seja como for, só nunca deixe sumir o meu garoto.

Christopher= Eu te amo. – por alguma razão, sentia a morena longe. – Por favor, confie em mim, confie no que eu sempre te disse, não vou me perder. Eu prometo.

Dulce= E você sempre cumpre as suas promessas. – deu um leve sorriso.

Christopher= Eu sempre cumpro. – sorriu com ela. – María...

Dulce= Te quiero. – voltou a beijá-lo.

Christopher= E te amo. – sussurrou. – Eu te amo.

Ele a sentia longe, mas não sabia explicar o motivo. Ela sentia que o perdia, mas também não sabia dizer o porquê.

Coincidiram em algo: não dizer nada.

Ela seguiu para a editora, ele seguiu para o comitê de campanha, e prometeram encontrar-se novamente no final do dia.

Quando Dulce chegou ao trabalho, o editor-chefe já a esperava para a primeira reunião do dia. Um novo livro infantil seria publicado, e por enquanto, a morena não tinha nenhuma informação além do nome do autor: Juan Luís Garmendia.

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