Capítulo 25
Christopher= Vai me contar como foi? – deslizava o polegar com carinho pela mão dela, e mantinha atenção na estrada.
Dulce= Posso contar depois. – sentou-se de lado no banco. – Quero saber a sua reação primeiro.
Christopher= A minha? – riu. – Qual das cinquenta?
Dulce= Alex! – gargalhou.
Christopher= Eu senti umas cinquenta. – ela arqueou as sobrancelhas. – Acordei feito um merda, não conseguiu dormir direito, pensei em você o tempo todo. Ontem foi tão... pra mim, digo... foi tão difícil.
Dulce= Eu sei. – sussurrou.
Christopher= Estava muito ansioso pelo jantar, pelo momento de ter você com a minha família, eu acho que idealizei demais. – confessou. – Na realidade, acho que sempre idealizo demais as coisas com você.
Dulce= Não é um defeito. Eu gosto. – ele a olhou por um segundo. – Que idealize. Eu gosto.
Christopher= Mas exigi muito, dessa vez. – ela colocou a outra mão sobre a dele. – Não deveria nunca ter gritado daquela forma, nem ter dito as coisas daquele jeito logo depois de estarmos juntos, mas eu estava guardando tudo há tantas horas! – ela lhe apertou a mão com carinho. – A conversa na sua casa... não vou mentir, fiquei tão frustrado. Não que eu não entendesse o seu ponto, mas...
Dulce= Mas o que? – curvou levemente as sobrancelhas.
Christopher= Eu achei que estávamos construindo algo mais firme. Não quero apagar a importância que o Dante teve, isso nunca. – sentiu-a tensa. – Mas o que vivemos tem sido intenso desde o início. Você diz que quer, depois diz que não quer mais. Eu aceito, e então você muda de ideia e aparece num evento, cria uma playlist pra nós, me dá um beijo e... – ela o soltou. – Eu pensei que iríamos para frente, mas aí você recua de novo, e de repente eu simplesmente perco tudo o que tinha contigo. Você está comigo, mas parece que não quer estar. Seu pai me aceita, mas você recua e não quer abrir mão de um porta-retrato. – desabafou, soltando um longo suspiro ao final. – Mas aí muda de ideia, aparece em casa, está disposta, quer o jantar em família, eu fiquei... eu fiquei perdido. Não tive a melhor reação, não falei com você da melhor forma, me perdi e não soube o que fazer.
Dulce= Não estava errado, não tiro a sua razão de fazer nada do que fez. – sentou-se corretamente no banco. – Por mais clichê que isso possa soar, o problema não é você, sou eu.
Christopher= Ah, não! – riu para descontrair o clima entre eles. – Não termine comigo assim!
Dulce= Não quero terminar, bobo. – acabou rindo também. – É só que... você é tão sincero com os sentimentos, com as pessoas, com as situações. Você não tem meias verdades, você diz com sinceridade e espera isso de volta. Você é intenso e eu desaprendi a ser assim.
Christopher= Entendo que já tenha sido assim. – ela assentiu.
Dulce= Dan foi... – meneou a cabeça. – Dan foi o primeiro namorado sério que tive, do tipo que eu sabia que seria mais do que idas ao cinema e andar de mãos dadas no intervalo. – sorriu por tal lembrança. – Tudo com ele foi muito intenso. Éramos os dois muito intensos. Nos conhecemos, nos envolvemos muito rápido, nos prendemos rápido demais um ao outro, e não queríamos mais nos soltar. – encarou as próprias mãos. – Num dia nos vimos, no outro nos tornamos amigos, namoramos, e não pensamos duas vezes antes de morarmos juntos, noivamos e... ter um filho nem estava nos nossos planos, mas nós simplesmente abraçamos a ideia. Tudo era muito intenso com ele, entende? Tudo era na hora, era rápido, entrávamos de cabeça ou nada feito. E isso acabou comigo depois. – disse baixo. – Acabou comigo.

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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...