Capítulo 19, parte II

470 45 3
                                    

Dulce= Sim. – forçou novamente o sorriso e bloqueou o celular. – Vou deixar na mesa, ok?

Christopher= Sim, obrigado. – estranhou. – Está tudo bem?

Dulce= Claro, por que pergunta? – deixou o celular na ilha e pegou a garrafa de vinho. – Tem saca-rolhas?

Christopher= Na gaveta. – apontou. – Você mudou de repente.

Dulce= Me decidi pelo vinho. – deu de ombros. – Não era pra tomar uma decisão?

Christopher= Era. – confuso. – Enfim, eu perguntava sobre o seu pai. Como foi a reação dele?

Dulce= Ele ficou bem chateado pela maneira que eu fiz as coisas. – pegou o saca-rolhas e o levou até a bancada. – Reclamou, eu ouvi colocações bem duras, mas disse a ele que, no final das contas, a culpa era só minha. – abriu a garrafa. – Julguei que ele não me apoiaria e escolhi mentir para não chateá-lo. Obtive o resultado bastante contrário.

Christopher= Ficar sabendo de tudo pela internet também não deve ter ajudado muito. – ele organizou a salada na bonita travessa de inox. – Pelo menos ele acredita que não estou te usando?

Dulce= O que? – franziu o cenho.

Christopher= Não quero que ele pense isso. – espalhou os palmitos. – Que ache que estou contigo apenas para me favorecer.

Dulce= Não. – tirou a rolha da garrafa. – Ele não pensa.

Christopher= Acha que eu tenho uma chance, então? – abriu o pote das azeitonas.

Dulce= Uma chance? – franziu o cenho.

Christopher= Com ele. – ela riu. – O que foi?

Dulce= Achei que quisesse uma chance comigo. – ele sorriu de lado.

Christopher= Espero que isso eu já tenha merecido. – espalhou as azeitonas pela salada. – Ou não?

Dulce= Estou aqui, né? – colocou o vinho nas taças. – E meu pai... bem, ele quer te ver pessoalmente.

Christopher= María! – arregalou os olhos.

Dulce= Que? – mantinha os olhos nas taças enquanto as servias.

Christopher= Devo ir com colete a prova de balas? – levou a travessa até a ilha. – Ou posso...

Dulce= É o meu pai. – interrompeu-o. – Apenas quer saber o que tanto você quer comigo.

Christopher= Hm. – ela lhe deu a taça. – Posso dizer a verdade ou devo ser mais suscinto?

Dulce= Como? – pegou a taça para si. – E não é a mesma coisa?

Christopher= Evidente que não. – ficou de frente para ela. – A parte suscinta é que: senhor Fernando, tenho intenções muito positivas com a sua filha. – ela riu. – Gostaria da sua permissão, aliás, da sua benção, para poder namorá-la. Isso convence?

Dulce= Hm. Mais ou menos. – levou a taça à boca. – "Intenções muito positivas" é algo geral demais. Deveria ser mais específico.

Christopher= Aí é onde está a diferença entre ser suscinto e ser totalmente verdadeiro. – ela franziu o cenho e bebericou o vinho. – Porque a versão suscinta contém apenas isso.

Dulce= E...? – passou delicadamente a língua pelo lábio inferior.

Christopher= A versão verdadeira, e muito mais longa, diz que as minhas intenções começam conseguindo ter a sua presença, hm... todos os dias aqui. – ela riu. – E depois, sem pedir a ajuda da Alexa, dizer que você é a minha namorada.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora