Capítulo 11
Dulce chegou à Televisa cinquenta minutos antes do horário combinado. Escolhera a saia vinho de couro, na altura do joelho, a camisa branca e o blazer preto por cima. Nos pés, a sandália de salto razoavelmente alto; a baixa estatura dava a ela a necessidade de se impor em momentos como aquele.
Deixou o cabelo solto e com ondas para dar volume. Dispensou os grandes acessórios, ficando apenas com dois anéis e uma pulseira. Os brincos, embora em grande quantidade nas orelhas, eram pequenos e discretos.
Buscou rapidamente o melhor lugar para ficar durante a coletiva de imprensa, sabia que a imprensa toda se ouriçava quando a emissora anunciava qualquer mudança em sua programação.
Sentou-se, tirou o gravador e o bloco de notas da bolsa e passou a caneta pela espiral do caderno. Em seguida, sentiu as mãos em seus olhos, tirando sua visão. A voz masculina sussurrou um "adivinhe quem é", mas ela não precisava pensar muito, o cheiro daquele perfume era bem conhecido e, em muitos momentos, prazerosamente aceito por ela.
Dulce= Santi! – o sorriso ganhou seus lábios ao falar.
Santiago= ¡Mi Dul! – soltou-a e deu a volta para vê-la.
Santiago era um dos homens mais bonitos que Dulce conhecia, e o consenso era geral a ponto de Maite, em segredo, apelidá-lo de Santigato.
Ele tinha seus 1,90m, o cabelo era sempre bem cortado, de um fio castanho extremamente escuro. O nariz era absurdamente bem desenhado e lhe dava um perfil de seriedade que, qualquer mulher poderia atestar, o deixava ainda mais sensual. Seus olhos azuis eram do tipo que, sem esforço algum, captavam a atenção de um lugar inteiro, e contrastavam-se com a barba bem feita e preenchida. O corpo... o corpo dispensava qualquer comentário. Braços fortes, bem definidos, mãos grandes e firmes; a verdade é que Santiago era o pacote completo. Havia nele um "que" de sensualidade, um ar que cheirava a sexo, desses quentes, fortes, intensos, capazes de manter uma mulher rendida na cama por horas... ou dias.
Seu sotaque espanhol lhe atribuía o detalhe final naquele prazeroso jogo de sedução.
Levavam meses de uma relação de amizade com, em seus próprios termos, certos benefícios. Normalmente tais benefícios eram cobrados num dia de semana de muito estresse, uma saída esporádica após o trabalho ou, como ela mesmo definira, no meio de seu ciclo, quando ficava "subindo pelas paredes" de tanto desejo.
Dulce= Chegou cedo! – levantou-se para cumprimentá-lo.
Santiago= Buscava o melhor lugar, mas percebi que, como de costume, você já pegou. – puxou-a para um abraço, e o fizera tão apertado, que ambos souberam, de imediato, que terminariam na cama, mais tarde.
Dulce= Ganhar de você é o meu hobby. – piscou e então afastou-se.
Santiago= Tem trocados os hobbies, Espinosa? – contraiu os lábios carnudos e ela sentiu as pernas bambearem. – Deve ser por isso que não ligou no fim de semana.
Dulce= Ando inclinada a trocar certos vícios. – sentou-se outra vez e cruzou lentamente a perna esquerda por cima da direta.
Santiago= Inclinada? – abriu o botão do paletó e sentou-se ao lado dela. – Mas não decidida, correto?
Dulce= Por quê? – os olhos castanhos encontraram-se com a imensidão azul dele. – Se acha capaz de me fazer mudar de ideia?
Santiago= Completamente. Mas não me incomodo nenhum pouco de passar uma noite inteira te convencendo. – então viu o sorriso ganhar parte dos lábios dela. – Ou, caso você tenha pressa agora... – olhou o relógio. – Me dá meia hora do seu tempo?
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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...