Jogada Perfeita

Capítulo 60, parte IV

Desceu as escadas e notou a luz da sala acesa, aproximou-se pisando pé por pé, sem saber o que encontraria.

Ao chegar à sala, viu o namorado deitado no sofá, lia o livro de maneira concentrada e não parecia ter notado a presença dela ali.

Aproximou-se, e apenas quando entrou inteiramente na sala, é que ele levantou os olhos para ela, visivelmente assustado por vê-la.

Christopher= María! – soltou o livro imediatamente. – O que houve? O que aconteceu? Você está bem?

Dulce= Estou, só... tive um pesadelo horrível. – aproximou-se mais e ele lhe estendeu a mão para o sofá. – Eu não entendi nada, mas... foi horrível.

Christopher= Vem cá. – puxou-a para si. – Você está suando!

Dulce= Acho que a situação da Anahí ficou presa na minha mente. – abraçou-o. – Fiquei remoendo isso.

Christopher= Meu amor... – abraçou-a e lhe beijou o alto da cabeça.

Dulce= Fazia muito tempo que não tinha momentos assim. – fechou os olhos. – De sonhar com algo tão vivo que era quase como se fosse, de fato, real.

Christopher= Não foi real. – acariciou-lhe os cabelos. – Nada real, prometo.

Dulce= Tinha uma mulher que eu não conhecia, era parecida comigo, mas o rosto não era algo conhecido, e ela morria. – comentou de maneira imprecisa. – Você estava, mas eu não... eu não conseguia te tocar, mesmo vendo você. E, de repente, vi o pai da Anahí, e ele... ele me olhou e... e foi horrível.

Christopher= Não pense mais nisso. – beijou o rosto dela. – Eu prometo que vou me atentar mais a tudo, a qualquer sinal, mas por favor, não pense, por favor. Eu estou aqui, e te garanto que não sairei daqui, ok? Em momento algum.

Dulce= Eu sei, só... – suspirou. – Foi ruim. E aí acordei e não te vi, fiquei... fiquei assustada, eu acho.

Christopher= Me desculpe. – ela abriu os olhos. – Não conseguia dormir.

Dulce= O que você tem? – olhou-o, mas não separou-se dele.

Christopher= Acho que, de certo modo, a ideia de que a Ani possa sofrer qualquer tipo de violência, ficou presa na minha cabeça. – ela lhe acariciou o braço. – Não conseguia parar de pensar nela, no que eu não vi, no que eu deixei passar. E pensei muito em você, e na ideia de que ficará tantos dias longe agora, dias em que não vou te ver, não vou saber quem está de olho em você, se existe qualquer pessoa com uma intenção ruim, e isso... eu... eu simplesmente não estou em paz. Sei que preciso ficar atento. – confessou. – E não conseguia pregar os olhos, então vim tentar me acalmar, focar em outra coisa.

Ela afastou-se dele pela primeira vez, pegou o livro que ele deixara de lado: Poder sin límites, de Tony Robbins.

Sorriu sozinha ao ver como o homem sempre buscava dentro de si a solução de qualquer problema, como estava sempre procurando maneiras únicas para melhorar, para encontrar soluções, inclusive, quando o problema estava fora de seu controle.

Deixou o livro de lado, deitou-se no sofá e o candidato ficou ao seu lado, abraçando-a e aconchegando a morena em seu peito.

Dulce= Prometa que vamos nos falar todos os dias. – pediu. – Mesmo que não seja possível uma chamada de vídeo, mas pelo menos vamos nos ligar. Cinco minutos que seja.

Christopher= Prometo. – disse de imediato. – Vamos nos falar todos os dias. E se não for te atrapalhar, será por vídeo.

Dulce= E prometa que me buscará no aeroporto e que...

Christopher= Vou te levar e vou te buscar. – cortou-a. – E prometo fazer uma cena digna de filme durante a sua volta. – ela riu baixo. – Você vai gostar.

Dulce= Não quero uma cena. – encarou-o. – Eu só quero você.

Christopher= Isso você já tem há muito tempo. – beijou-lhe os lábios. – Eu te amo.

Dulce= Eu amo você. – fechou os olhos. – Quer aprontar agora de madrugada?

Christopher= Sempre desejo, mas hoje... – sussurrou. – Hoje eu só quero abraçar você. Decorar seu cheiro, seus traços... você. Inteiramente você.

Dulce= Alex... – a voz saiu rouca. – Alex, eu realmente amo você.

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Por hoje, aparentemente, tudo certo.
Mas o amanhã.... Ai, ai, o amanhã a Deus pertence, não?

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