Capítulo 67, parte II

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Dulce= Quem fala primeiro? – foi até o bar na sala. – Eu ou você?

Christopher= Eu. – decidiu rapidamente. – Posso?

Dulce= Claro. – abriu a garrafa de tequila e a colocou no copo, então entregou o shot para o homem. – Pode começar.

Christopher= Vale. – bebeu a dose e a olhou.

Dulce= Mais? – ele negou e colocou o copo na mesa.

Christopher= Estou incomodado desde que você foi a Nuevo León. Queria muito te ver, foi a minha pior semana sem você. – ela encostou-se à mesa. – Pedi incansavelmente ao meu pai que me emprestasse um avião. E quando vi o Poncho... – recostou-se no sofá. – Tive raiva de que fosse ele com você e não eu. Tive raiva quando você me disse que passaram um tempo bebendo juntos, conversando... tranquilos. Eu queria aquele tempo com você.

Dulce= Sabe bem que o tempo que eu passei com ele não foi, de maneira alguma, parecido com o tempo que eu teria passado contigo. – encarou-o. – Te olho com amor e desejo. Olhei para ele com... com menos raiva e mais respeito.

Christopher= Óbvio que sei, não é ciúmes do meu irmão, não é isso, pelo amor de Deus. – passou a mão pelo rosto. – É pensar que ele teve o tempo que eu queria, que poderia te falar qualquer coisa, que... qualquer coisa.

Dulce= Te ocorreu, sinceramente, que o Alfonso pudesse dizer alguma coisa que me faria mudar de opinião sobre nós? – passou o polegar pelo canto dos lábios. – Eu e você.

Christopher= Por favor. – apontou a tequila.

Ela abriu a garrafa, deu um passo à frente e ele lhe estendeu o copo. Serviu-o e voltou a fechar a garrafa.

Christopher= Bem... – bebeu a tequila. – Sim. Pensei que qualquer coisa poderia nos afastar. Mais.

Dulce= Eu passei metade do tempo tentando encontrar respeito pelo seu irmão e dar coragem para que ele assumisse a satã ou a deixasse de vez com o Noah. – viu os olhos do candidato abrirem-se em surpresa. – E na outra metade do tempo, fiquei pateticamente declarando o meu amor por você. E dizendo como era difícil me manter educada com o seu pai depois de saber que ele poderia ter contribuído para que eu te visse um único dia.

Christopher= Você fez isso? – o sorriso tomara conta de seus lábios.

Dulce= Eu usei a expressão "alma gêmea". – riu e negou com a cabeça. – Só por aí você já tira o nível da breguice que foi.

Christopher= Sou a sua alma gêmea? – ousou dar um passo à frente.

Dulce= Quem está contando é você. – levantou a mão, sinalizando que ele não deveria se aproximar. – Não sou eu.

Christopher= Me contará na sua vez? – ela assentiu. – Certo. Quando você chegou a Cancun, eu estava no auge da saudade de você, Poncho disse que não podia me contar o que falou contigo, você também não disse nada... – negou com a cabeça. – Pirei. Erroneamente eu pirei.

Dulce= Isso é o que eu não entendo. – contraiu os lábios. – Você pira e me afasta. Não me puxa pra perto, não me fala nada, você só me afasta. Não sei se percebe o quanto é capaz de se tornar um verdadeiro homem de gelo nessas horas.

Christopher= Não percebo. Me perdoe. – abaixou o rosto, puxou o ar e logo a olhou. – Me desculpe por ter feito isso. É um mecanismo de defesa horrível. Eu quero melhorar isso.

Dulce= Não tem que me afastar, pode só... falar comigo. – deu de ombros. – Dizer o que sente, pedir ajuda. Às vezes eu posso até desconfiar de algo e te ajudar de maneira espontânea, mas de modo geral, eu não... eu não consigo adivinhar. – o sorriso escapou, sem ironia ou graça. – Não posso saber o que está pensando ou como uma conversa qualquer pode te atingir. Eu preciso que você me fale.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora