Dulce= Que lugar é esse? – seguiu-o até o amplo salão.
Notou o espaço bastante amplo e sem paredes e divisórias, poucas mesas de trabalho encostadas de um só lado, paredes de cor clara e janelas grandes, que lhes permitia enxergar toda a cidade. No centro do salão, a mesa redonda, já posta e com duas velas.
Christopher= Aqui montaremos nossa base da campanha. – levou-a até a janela. – As mesas ainda estão chegando, computadores, impressoras, depois os panfletos e tudo o que já estamos planejado. Vamos começar a estruturação ainda essa semana, mas hoje, apenas hoje, esse é o nosso espaço. – ela o olhou, vendo-o concentrado ao falar. – Essa é a graça desse vidro, podemos ver toda a cidade e permanecer anônimos. Eu e você.
Dulce= É muito diferente te olhar sob essa perspectiva. – confessou. – Tudo em você muda.
Christopher= É um elogio ou uma crítica? – franziu o cenho e juntou os lábios em uma delicada expressão de dúvida, ela sorriu.
Dulce= É um comentário, nada além. – soltou as mãos e o abraçou de lado. – Me faz lembrar que existe uma versão sua que é pública. – encarou o lado de fora. – Te sinto mais sério, mais firme, mais... competitivo, talvez. Não sei, acho que só estou acostumada a uma versão que julguei ser apenas minha.
Christopher= É a minha essência. – tocou o rosto dela e ela o olhou. – E é apenas sua. Alguma parte de você é apenas minha? – ela entreabriu os lábios, tinha claramente a intenção de falar, mas nenhuma palavra desprendeu-se de sua garganta, e questionou-se internamente se ele sabia mais de sua vida do que ela imaginava. – Talvez hoje, apenas hoje, você seja minha por inteiro.
Ele sabia, concluiu. Mas não tentaria explicar-se, ela nem saberia como fazê-lo. Tinha sua vida amorosa sob controle há tanto tempo, que perdera a habilidade de manejar situações como aquela. Havia entrado em acordo consigo mesma e estava bem consciente quando decidira que o compromisso e casamento seriam assuntos perdidos e utilizados apenas para espantar qualquer homem que se aproximassem; ela sabia que a maioria não queria aquele envolvimento.
Decidira que teria os filhos independente de qualquer relação e estava feliz com isso, ela tinha tudo sob controle. Deveria ser fácil, ia para boates há anos, não era a primeira vez que acabava com um homem bonito da festa, aquilo era apenas rotineiro.
Mas então por que tudo parecia diferente com Christopher? Por que as saídas não tinham aquele sabor indireto de falta de compromisso? Por que o sexo não era apenas sexo? E acima de tudo, por que ele grudara em seus pensamentos como um vício descontrolado e forte? Em teoria, ela sabia muito bem como não se importar, levava meses com Santiago e a situação jamais saíra de seu controle. O que havia de tão diferente em Christopher?
Voltou a olhá-lo, e a iluminação vinda do lado de fora cidade o fez parecer ainda mais bonito naquele momento. Subiu a mão direita até o peito dele, manteve-se ali e então lhe beijou a boca.
Estranho. Não havia tensão, não havia o esperado ar de sensualidade que sempre os rondava, não havia pressão, parecia haver cuidado, um desejo respeito, preocupação, carinho e... espera! Aquilo tudo eram sentimentos? Não, não, precisava parar já!
Pensou que deveria se afastar no mesmo instante, mas seu corpo caminhava em direção contrária, e o que fez foi enlaçar os braços por seu pescoço e agarrar-se ainda mais a ele.
Tinha que sair dali! Tinha que travar tudo aquilo, então... mordeu-lhe o lábio inferior e acariciou-lhe a nuca.
Maldito homem aquele! Falhava em todas as tentativas de afastar-se, simplesmente agia em desacordo com todo o seu lado racional e sequer sabia explicar o motivo.

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Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...