Capítulo 4

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Capítulo 04

22h30 em ponto. Dulce desceu do táxi e foi até a porta da boate. Usava o sobretudo preto e a bota marrom que chegava a um palmo acima do joelho.

Por debaixo do sobretudo, escondia a saia também preta e o corpete azul escuro. O cabelo vinha solto e com ondas que, em pouco tempo, se desmanchariam por completo.

Dulce= Mai! – sorriu ao ver a amiga com o vestido vermelho, curto, justo e de manga longa.

Maite= Tudo isso é frio? – riu diante da roupa dela.

Dulce= Está frio. – beijou-lhe o rosto. – Não poderia ter escolhido um bairro menos metido? Só vai dar filhinho de papai aí dentro. – reclamou. – Chegou tem muito tempo?

Maite= Nem cinco minutos. – puxou-a pela mão. – Pare de reclamar, porque Iván garantiu que hoje pega fogo aqui, então bora!

Dulce= Chegou a falar com os seus pais? – foi com ela até a fila da entrada.

Maite= Não consegui. – comentou. – Estavam em pé de guerra, achei que não seria inteligente levar uma informação desse tipo.

Dulce= Muito inteligente. – ironizou. – E decidiu o que, finalmente?

Maite= Nada. – pegou o documento na bolsa.

Dulce= Nada? – olhou-a com espanto.

Maite= Nada. – aproximou a boca do ouvido dela e sussurrou. – Decidi que hoje vou viver uma noite de muito sexo. Amanhã eu penso no resto da vida.

Dulce= Mai... – acabou rindo.

Maite= Tá dentro ou tá fora? – sorriu ao desafiá-la, conhecia bem a morena e sabia que ela jamais negaria uma chance de aprontar.

Dulce= Estou mais do que dentro. – pegou o documento na bolsa. – E que fique claro que ainda te acho louca.

Maite= Essa parte eu já sabia. – entregou o documento para o segurança.

Segurança= Boa noite, senhoritas. – conferiu o documento dela.

Dulce= Aqui. – entregou-lhe o documento em seguida.

Segurança= Uhum. – analisou a ambos e então os devolveu. – Tudo certo. – pegou as duas máscaras. – Boa diversão.

Dulce= Oi? – pegou a máscara.

Maite= Esqueci de dizer, né? – riu e colocou a máscara. – É noite de carnaval brasileiro.

Dulce= Você tá de brincadeira! – colocou a máscara. – Adorei!

Entraram na boate, deixaram os casacos e as bolsas no guarda-volumes e seguiram até o bar, pediram os primeiros shots de tequila.

A amizade que tinham começara há pouco mais de um ano, mas Dulce e Maite sentiam como se tivessem uma vida inteira juntas. Em um ano já haviam chorado, rido, gastado, aprontado loucuras e viajado juntas; colecionavam as melhores histórias e quase sempre essas aconteciam nas boates e bares que frequentavam.

Dançaram uma, duas, três músicas, Maite rendeu-se a um homem, logo Dulce fizera o mesmo; sabiam como aproveitar a vida de solteira que tinham.

O relógio já marcava meia noite, as duas seguiam bebendo, rindo à toa e dançando sem preocupação.

Dulce= Acabou aqui. – chacoalhou a long neck vazia. – Me espera? Vou pegar mais uma.

Maite= Eu vou ao banheiro. – abraçou-a e disse alto em seu ouvido. – Me encontra aqui depois.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora