Capítulo 14, parte IV

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Maite= E vamos de tequila! – voltou com a garrafa nas mãos.

Christian= E fotos! – ria alegre. – Não registramos o momento dos casais mais bonitos dessa cidade!

Maite= O que foi? – viu os amigos com a expressão fechada. – Tudo bem?

Dulce= Sim. – forçou o sorriso. – Mas sem fotos, por favor.

Christian= Vocês ficam bem juntos. – então ampliou o sorriso. – Por que não?

Dulce= Porque eu não quero. – encarou-o. – Preciso justificar isso?

Christopher= Não, não precisa. – interveio, mirando o amigo. – Sem fotos, cara.

Maite= Está tudo bem? – confusa.

Dulce= Sim, só... – puxou o ar. – Eu preciso ir pra casa.

Maite= Oi? – colocou a tequila na mesa. – Agora?

Dulce= Sim, agora. – levantou-se. – Já está na hora de...

Maite= Nossa! – cortou-a repentinamente. – Deixei meu celular lá dentro!

Dulce= O que disse? – apontou o aparelho no bolso da calça da morena.

Maite= Deixei meu celular na sala! – puxou-a pela mão. – Vamos buscar, mas voltamos em um segundo. – abraçou-a de lado, piscou para o político e a levou dali.

Christian= O que houve? – encarou o amigo.

Christopher= Honestamente? Eu não sei, cara. – confuso. – Fiz o convite para amanhã, e juro que, na minha cabeça, fui sincero e não pressionei, mas... sei lá, parece que ela me culpa por algo.

Christian= Te culpa pelo que? – franziu o cenho.

Christopher= Não sei! "Pessoas como eu", ela disse. – fez aspas com as mãos. – Que tipo de pessoa eu sou?

Christian= Ah... – perdido. – Um ser humano? – riu. – Sei lá!

Christopher= Eu também não sei. – deu de ombros. – Não entendi nada. – olhou para dentro do apartamento, vendo que Maite conseguira sentar-se para conversar com a morena.

Maite= Estamos só nós. – lhe sorriu.

Dulce= Mai. – bufou e sentou-se de lado no sofá.

Maite= Você estava feliz, passou o dia todo feliz com ele. – séria. – Sua alegria é nítida.

Dulce= Ele quer me usar. – deu de ombros. – Digo, ele não, mas a loira aguada, sim. E o tal evento que vão fazer amanhã, o evento que Christian vai te levar, era para anunciar o noivado dele. Que conveniente que ele queira me levar, não?

Maite= Dulce. – seguia séria e calma. – O cara é candidato a senador, vive na boca da imprensa, sabe do perigo de se envolver com alguém, e trouxe você para esse apartamento logo na primeira noite. Te deixou dormir aqui!

Dulce= Mas mentiu o próprio nome! – ressaltou.

Maite= E você não fez o mesmo? – arqueou as sobrancelhas. – Isso nunca foi só sexo, e acho que vocês dois sabem bem disso. Ele te procurou por dias, e mesmo com os tremendos desencontros, ele não desistiu. Aliás, a única coisa da qual ele desistiu, foi do noivado dele. – apontou a si mesma de maneira discreta. – Deixou de lado aquilo que seria útil para a carreira dele. E por quê? Apenas e simplesmente por você. Foi por você. – a amiga encostou-se no sofá. – Ele sabe sobre o Santi, te viu a ponto de se pegar com ele, e aceitou. Esse homem me ligou ontem à noite pra saber de você! – Dulce a olhou. – E quando eu disse o que faríamos hoje, ele simplesmente me pediu que o pintasse também. Olhe tudo isso! Olhe o que estão vivendo! Não te parece óbvio e genuíno o que ele está fazendo? Dulce! – viu-a secar a lágrima. – Dulce, o que foi?

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