Capítulo 24, parte II

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Santiago= Bom dia, Uckermann. – cumprimentou-o com um leve sorriso.

Christopher= Bom dia. – disse com simpatia. – Santiago, certo?

Santiago= Perfeito. – fechou a porta de vidro da sala. – Fique à vontade, por favor. Quer um café ou uma água? Um chá?

Christopher= Não, eu estou bem, obrigado. – puxou uma cadeira para si

Santiago= O pessoal ficou doido com você. – deu a volta e sentou-se do outro lado da mesa. – Não dá pra passar despercebido, né?

Christopher= É um pouco difícil. – riu baixo. – Mas eu gosto. Estou com pressa, mas confesso que é bom ouvir as pessoas, e principalmente as pessoas que têm tanto a dizer sobre mim.

Santiago= É exatamente isso. – apoiou os braços na mesa. – E embora eu já imagine, vou perguntar: o que te traz ao nosso humilde lugar?

Christopher= Você sabe bem. – colocou o jornal na mesa. – Isso.

Santiago= Uhum. – mirou o jornal preenchido. – Quanto tempo demorou para fazê-lo?

Christopher= Oi?

Santiago= Dul apostou que isso não te prenderia nem por vinte minutos. – riu ao falar.

Christopher= Dulce. – negou com a cabeça, rindo baixo. – Bem, ela estava certa.

Santiago= Sinal de que te conhece bem.

Christopher= Onde ela está? – puxou novamente o jornal. – Preenchi tudo, mas não entendi o que ela pretende com isso.

Santiago= A junção de todas as palavras é uma lembrança do que viveram. – explicou. – Mas cada lugar por onde você passar é que vai te dizer para onde ir. E onde ela está, claro.

Christopher= Hein? – franziu o cenho.

Santiago= Dulce apareceu lá em casa ontem à noite. – viu o candidato arquear uma sobrancelha em sinal de desconfiança. – Disse que havia acabado de sair da sua casa. Bem, nas palavras dela, havia saído de um "jantar muito incômodo com os pais dele e uma discussão como nunca tivemos". – Christopher arfou, sentindo-se mal por brigar com ela. – E eu pensei que era cedo demais para vocês enfrentarem uma discussão, então ela me contou o início da história. A verdadeira história.

Christopher= Bem... – sem jeito.

Santiago= Me senti bem palhaço. – riu. – Dulce e eu...

Christopher= Eu sei. – disse, já imaginando o que ele contaria.

Santiago= É. – confessou. – Isso.

Um incômodo silêncio preencheu o ambiente, ambos erma educados demais para falar o que pensavam ou declarar guerra pela morena; então permaneceram em silêncio naquela estranha guerra fria.

Santiago= Se quer saber se eu gosto dela como mulher, eu gosto. – encarou-o e o viu fechar a expressão. – Mas como amiga... eu a amo. – sorriu, sincero. – Houve um tempo em que eu quis muito tentar algo, eu teria aceitado qualquer coisa que ela quisesse. Mas ver que você conseguiu em dias o que eu não pude em muitos meses... – deu de ombros. – Me fez perceber que a coisa dela é contigo. Ela é perfeita, só não é pra mim. Sempre quis que ela voltasse a ser feliz, e estava disposto a isso, mas pra ela, a minha amizade bastava. E continuará bastando. – o candidato pareceu desarmar-se. – Ela conta comigo para o que for, e agora que vejo que é feliz contigo, saiba que você também poderá contar comigo. Protejo todos que são importantes pra ela.

Christopher= Obrigado. – não escondeu o espanto. – Pelo apoio.

Santiago= Ela e a família dela são pessoas que... sabe, vale à pena ter por perto, tornam a vida mais leve para ser vivida. Não foi fácil chegar da Espanha, enfrentar um país novo, mas ela foi fantástica o tempo todo comigo, em todas as situações. – virou o porta-retrato para ele. – É a minha melhor amiga. Acima de qualquer coisa, é a minha melhor amiga.

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