Capítulo 66, parte II

449 45 90
                                    

Dulce= Ok. – outra vez o silêncio. – Não posso encerrar essa ligação sem saber se você entendeu o que houve e se acredita quando eu digo que não fiz nada de errado ontem à noite. Você acredita em mim?

Os segundos pareceram eternos. Cada espera por ele era frustrante, triste, difícil e lhe tirava um pouco de esperança.

Abriu a boca, pronta para refazer a pergunta, mas a voz dele finalmente soou do outro lado da linha.

Christopher= Eu acredito em você. – ela fechou os olhos com alívio. – Sim.

Dulce= Obrigada. – puxou o ar.

Christopher= Bom trabalho hoje. – o jeito frio voltara quase que imediatamente. – Um beijo.

Dulce= Um beijo, Alex. – encerrou a chamada em seguida.

Sabia que a escolha do segundo nome seria uma oferta de paz, e agora esperava que ele a aceitasse de coração.

◊◊◊

Dulce entrou no quarto de hotel apenas no final da tarde, encheu a água da banheira e passou quase uma hora ali, com a música suave e os olhos fechados, descansando o corpo.

Quando saiu, os dedos das mãos e dos pés já estavam completamente enrugados e o relógio indicava que a noite chegara.

Deixou o cabelo solto e o rosto livre de maquiagem. Colocou o vestido amarelo longo, sem estampa e de alças finas. Calçou o chinelo e desceu para comprar as bebidas.

Nenhum fotógrafo no curto caminho até a loja ao lado do hotel, nenhum fotógrafo na volta para o local; tudo parecia bem.

Assim que entrou no lobby, viu Gal no balcão da recepção, conversando com dois dos atendentes. Aproximou-se sem pensar muito.

Dulce= Boa noite. – apoiou a mão ali.

Galán= Boa noite. – respondeu antes que qualquer dos funcionários dissesse algo. – Falo com vocês depois, pessoal. – dispensou-os educadamente e esperou que ambos se afastassem dali.

Dulce= Treinando o seu time? – um leve sorriso ao final.

Galán= Investindo no meu dinheiro. – piscou para ela, que riu. – Não soube nada de você o dia inteiro.

Dulce= Trabalhei sem descanso o dia inteiro. – um sorriso leve, quase sarcástico.

Galán= Tem algo errado aí. – pincelou o dedo no nariz dela, que riu e negou com a cabeça, buscando afastar-se. – Não quis te atormentar com tudo o que saiu na internet hoje...

Dulce= Na realidade... – adiantou-se. – Eu vim para te pedir desculpas.

Galán= Para mim? – soltou um leve riso.

Dulce= Porque toda essa situação foi bem chata, todo mundo querendo saber quem vocês eram, especulando e... – girou os olhos. – Enfim, tudo isso.

Galán= As pessoas realmente gostam de você com ele, não é? Eu não sabia que ele era um cara público assim. – a morena deu de ombros. – Recebi mensagens de gente me pedindo pra te deixar em paz, de gente defendendo o casal que vocês são... – ela levou as mãos ao rosto. – E de gente pedindo uma chance comigo.

Dulce= O que? – riu com incredulidade. – Tá de brincadeira, né?

Galán= Não, falo sério! E mulher bonita, hein? – riu. – Se eu quisesse algo, poderia até render papo.

Dulce= Sério, Gal... – exalou. – Me desculpe por isso.

Galán= Relaxa, está tudo bem. – jogou os ombros. – Em dois dias já terão esquecido tudo. Quem importa aqui é você. – os olhos verdes a encararam. – Está tudo bem? Você conseguiu falar com o seu namorado e esclarecer? Fiquei esperando uma declaração sua na internet, mas você nem deu as caras. Ele também não, enfim... fiquei com receio de que eu pudesse ter prejudicado algo.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora