Capítulo 52, parte IV

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Dulce= Porque eu te amo! – disse alto e ele arregalou os olhos. – Tá bom assim? Agora você entende? Eu te amo! – estalou a língua e riu nervosa. – Adoraria dizer que não, eu não teria dor de cabeça se não sentisse, mas... mas também não teria vida. – soltou-se dele. – Porque eu te amo e te amar foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Eu te amo. – os olhos marejaram e ela deu de ombros. – Te amo desde que estávamos em Guadalajara. Te amo há meses e não tive coragem de te dizer. Te amo e tive medo de te contar e de assumir que, depois de tanto tempo, eu sinto isso de novo. – olhou para cima e secou o canto dos olhos. – Eu te amo e é incontrolável. Porque estava em na Espanha e pensava no quanto queria que você estivesse comigo, estava na Itália e pensava no que eu poderia ter vivido contigo, estava em Portugal e imaginava o que faríamos juntos... eu vivi primeiras experiências e descobri, na manhã seguinte, que aquilo era vazio sem você. – ele deu um passo para frente, e ela, outro para trás. – Eu segurei um bebê no colo e a primeira coisa que pensei era que em algum momento, algum dia, eu gostaria de segurar o meu bebê. E quis que você estivesse junto para isso. – abaixou o rosto e riu entre lágrimas. – Eu pensei em crianças correndo no gramado em Mineral del Chico, e brincando na chuva, e repetindo tudo o que te fez feliz um dia. E não é que eu odeie o que eu sinto, porque eu não odeio e não me arrependo, é só... – voltou a encará-lo. – É horrível amar você e não ter você, Alex. Porque você não faz ideia do quanto eu amo e nem de tudo o que eu amo. Amo como você tem uma visão de um mundo quase utópico, amo como coloca todas as pessoas acima das suas vontades, amo como trata todos de maneira igual. Amo como escuta, como compreende, como acolhe, amo como se encaixa na minha família. – então o viu chorar com ela. – Amo que respeite a minha história, amo como se entende com o meu pai e como o inclui na sua vida. Amo como me deixa tão livre, amo como me apoia, como me puxa pra cima o tempo todo. Amo como você é, como tem disposição para cozinhar no fim da noite, como é absurdamente dependente da sua assistente virtual e acaba levando todos ao seu redor para o mesmo caminho, amo como faz a minha vida mais leve e amo como me sinto quando você me ama de volta. – secou os olhos. – É que eu amo tudo! Amo os seus defeitos, sua mania irritante de acordar cedo e a sua profissão difícil. Eu amo por inteiro. Eu te amo mesmo que seja um absurdo que isso tudo tenha acontecido em semanas e eu tenha passado mais tempo sentindo sua falta do que vivendo com você. Meu Deus do céu! – arfou. – Eu te amo. Mesmo quando te mando à merda, e sei que não são poucas as vezes, mas eu te amo mesmo assim.

Christopher= Chega de falar, garota. – puxou-a pela cintura. – Se continuar, vai acabar me matando do coração. – encostou o rosto ao dela. – É você. Antes mesmo de tirar aquela máscara, mesmo quando eu nem sabia, já era você.

Dulce= Alex. – apertou as duas mãos no terno dele.

Christopher= Te amo. Eu te amo. – beijou o canto dos lábios dela. – Amo tudo em você. Ainda que me deixe maluco, María, eu te amo. Insano mesmo é não ter você, garota.

Dulce não respondeu mais, fechou os olhos e desviou levemente o rosto para o lado, unindo os lábios aos dele. Imaginava que o beijaria com desespero no instante em que o tivesse por perto, mas naquele momento, apenas quis que o mundo todo girasse mais devagar.

Abriu a boca aos poucos, sentiu os dedos dele apertaram suas costas, uniu as línguas, deixou que os movimentos entre eles fluísse sem pressa.

Subiu as mãos ao rosto de Christopher, mantendo apenas as pontas dos dedos tocando a barba dele enquanto as línguas seguiam se entrelaçando em movimentos que, se assim fosse possível, teriam sido ensaiados durante todos os meses separados.

Anahí= Ops! – chegou ao local. – O que...?

Alfonso= Ela disse. – mirou a loira de soslaio.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora