Capítulo 37

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Capítulo 37

Dulce acordou com o toque de celular, tateou a mesa de cabeceira e puxou o aparelho para si. Ficara conversando com os amigos até altas horas da madrugada, chorara tudo o que conseguira e tomara toda a garrafa de vinho com eles. Não pensava que ainda fosse capaz de sofrer por amor, mas Christopher agora parecia fazê-la entender que um coração partido machucaria fosse qual fosse o final de uma história de amor.

Dulce= Alô? – a voz soou rouca.

― Bom dia. Por favor, gostaria de falar com a Dulce María. – a voz masculina soou educada e calma.

Dulce= Sou eu. – franziu o cenho. – Quem é?

― Dulce, sou David Escamilla, diretor editorial infantil e juvenil da Alfaguara. A Anahí Puente me passou o seu contato e o seu currículo.

Dulce= Oi! – abriu os olhos e sentou-se na cama. – Oi, senhor Escamilla! – pigarreou. – Perdão por... perdão pela voz, eu... hm! Bom dia.

David= Sem problema algum. Esse é um bom momento para falarmos?

Dulce= Claro que sim! Por favor! O que posso fazer pelo senhor?

David= Na realidade, gostaria de conversar pessoalmente com você. Nós estamos com uma vaga na editora e que, pelo que vi do seu currículo, seria perfeita para você. Acha que consegue falar comigo hoje à tarde?

Dulce= Com certeza! Poderia ser... hmm... – viu o relógio. – Às duas, pode ser?

David= Perfeito, Dulce! Sabe onde fica a Alfaguara?

Dulce= Claro! É uma das minhas editoras preferidas, e não falo pra puxar o saco. – sorriu ao confessar. – Utilizo muitos dos livros lançados por vocês com as crianças do hospital em que ajudo.

David= Acho que vamos nos identificar muito, Dulce. – assentiu. – Espero você às duas horas, então.

Dulce= Sim, senhor. Muito obrigada pela oportunidade, é um prazer.

David= O prazer é nosso, Dulce. Até mais tarde.

Dulce= Até. – desligou em seguida e deitou-se na cama. – Ah! – escondeu o rosto no travesseiro para abafar o grito. – Christopher tem que... – abriu a conversa no celular, mas lembrou-se do término do namoro. – Ahm... – bloqueou o aparelho e girou o corpo na cama.

Christopher não saberia mais sobre sua vida, Christopher não compartilharia mais as conquistas e desafios dela, haviam rompido o laço por completo.

Dulce= Uma noite. – arfou. – Nem vinte e quatro horas e já estou morrendo de saudade de você, garoto. – sentiu os olhos marejarem. – Merda.

Não se permitiu chorar, levantou-se da cama para arrumar-se e viu o bilhete deixado pelos amigos ali.

Espinosa, bom dia.
Precisamos sair cedo para trabalhar (graças a Deus, porque você ronca muito!), mas vamos continuar te enchendo o saco durante o dia, portanto, atenda o celular sempre que ligarmos.
Tudo vai ficar bem. Não se esqueça do quanto amamos você.
beijos,
Mai e Santi

As coisas não estavam fáceis, mas ela reconhecia a ajuda que os amigos lhe davam. Passar a primeira noite com eles fora importante e dera a ela a força necessária para não cair de vez.

Saiu do quarto e encontrou o pai na sala com Reme, tomavam o café da manhã juntos. Sentou-se com os dois e aproveitou tal manhã, precisava dedicar-se a viver a vida presencialmente e afastar-se ao máximo da internet.

Falou com Santiago e Maite já no final da manhã, atendeu a ambas as ligações e garantiu que estava bem, depois arrumou-se para a entrevista de emprego, e deixou o apartamento logo após o almoço.

Jogada PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora