Jogada Perfeita

Capítulo 53, parte IV

Ele não contestou, estava errado e sabia. Fora cegado pelo impulso do ciúme, pelo medo absurdo de que um homem, que nem vivo estava, pudesse aparecer e tirá-la de si. Como explicaria a ela que não queria competir com Dante? Como diria a ela que a magoara por amá-la demais?

Ela estava brava e tinha razão para isso. Falar não adiantaria.

Saiu do quarto e desceu até o bar do apartamento, pegou uma cerveja e seguiu até a sala.

Christopher= Alexa, toque música. – resmungou e sentou-se no sofá, não queria nem mesmo o trabalho de escolher qualquer canção.

A sala, entretanto, foi tomada pela canção de Jorge Draxler, Telefonía, a mesma que Dulce lhe dedicara naquela manhã.

Christopher= Só pode ser brincadeira! – riu com ironia e deu um longo gole na cerveja.

Pegou o celular e revisou as fotos que tirara com a morena durante a visita no hospital, seu sorriso era fácil quando estava com ela. Depois chegou até a foto tirada na noite anterior, riu sozinho ao notar como se tornava tão leve na presença dela.

Escolheu, por fim, a foto que tirara dela num movimento de surpresa. A morena comia um dos tacos preparado por ele, levantara o rosto e sorriu de olhos fechados. E naquele instante, sem avisar, ele tirara tal foto.

Aquele momento capturara a exata essência da morena: espontânea, sorridente, livre, intensa; um espírito desses que apaixona a qualquer outro que cruze seu caminho.

Desfocou o fundo da cozinha e avivou, de maneira amadora, as cores da fotografia. A legenda tornou-se simples.

@ChristopherUck
Tú.
Tu manera de ser, tus palabras, tus silencios.
Tus (malos) chistes, tu sonrisa, tu voz.
Todo tú. Y cada parte.

Antes de que pudesse subir a foto, o celular vibrou em suas mãos e ele estranhou o número privado.

Christopher= Alô? – atendeu em seguida. – Alô? – o lugar parecia em silêncio.

― Uckermann? – a voz masculina soou quase como um sussurro.

Christopher= Alô? – franziu o cenho. – Sou eu, quem é?

― Uckerm... – a ligação chiou.

Christopher= Alô? – a chamada encerrou-se. – Alô? Mas que... – tirou o celular do ouvido e encarou o aparelho. – Que coisa. – tentou descobrir o número, mas não encontrara nenhuma informação além de um simples "número desconhecido".

O aparelho voltou a vibrar, mas agora indicava a mensagem e o número que ele sabia de cor.

Alfonso Uckermann

Tomamos umas hoje? Eu e você.

Christopher Uckermann
Marquei com o Christian, brother.

Aconteceu algo?

Alfonso Uckermann
Rola desmarcar com o Christian?

Christopher Uckermann

Estou com a Dulce e uns amigos.
Aconteceu algo ou não? Me responde!

Alfonso Uckermann
Nada, brother. Relaxa.
A gente se fala em outro momento.

Christopher Uckermann
Fala comigo, cara!

Alfonso Uckermann
Nada sério, bobeira. Jimena chegou aqui.
Falamos depois.