Dulce= Que cheiro é esse? – aproximou-se. – Ovos?
Remedios= Mexidos. – olhou-a e a morena parou de andar. – O que foi?
Dulce= Hm... – sentiu-se enjoada, mas como diria para a senhora que não queria comer?
Remedios= Coloquei o queijinho derretido para você – tocou-lhe o ombro. – Do jeito que você gosta.
Fernando= O que foi, minha filha? – notou-a quieta e ainda parada.
Dulce= Não, nada... – pigarreou. – Que delícia, Reme. Eu vou adorar.
Remedios= Eu sei que adora. – disse, o sorriso tranquilo e confiante nos lábios.
Dulce= Sabe o que eu queria? Se você pudesse fazer. – a senhora assentiu prontamente. – Um chocolate quente. Sabe aquele que só você faz?
Remedios= Eu vou preparar já, meu amor.
Dulce= Com leite condensado. – sentiu a boca salivar.
Fernando= Dulce! – olhou-a com espanto. – São oito horas da manhã! Não vá se entupir de açúcar tão cedo!
Dulce= Estou com vontade! – resmungou. – Por favor! O que é que custa? Nunca peço!
Remedios= Nunca pede mesmo. – beijou-lhe o rosto. – Eu vou fazer, minha filha.
Fernando= Hunpf. – negou com a cabeça enquanto a senhora deixava a sala. – Reme puxa muito o seu saco.
Dulce= É só hoje. – sentou-se ao lado dele.
Fernando= Ela fez um café tão gostoso. – comentou. – Fez tudo com amor, e você inventa de dar mais trabalho...
Fernando seguia comentando da boa vontade de Remedios enquanto a morena encarava o prato sem vontade alguma de comer. O cheiro dos ovos parecia enjoá-la, e ela sentia que não teria nem mesmo coragem para prová-los; como sairia de tal situação?
Remedios= Dul? – voltou para a sala. – A dona Anahí está aí embaixo, posso deixar que suba?
Dulce= Quem? – despertou rapidamente dos próprios pensamentos.
Fernando= Claro que sim, Reme. Peça que ela suba, por favor.
Dulce= O que? – mirou o pai. – Anahí? Por quê?
Fernando= Porque é educado. – disse em tom óbvio.
Dulce= Anahí é um saco! Meu Deus do céu, como você é linguarudo! – levantou-se e foi batendo o pé até a cozinha. – Você já a mandou subir, Reme?
Remedios= Já, meu bem. – voltou para o fogão. – Estou terminando o seu chocolate quente, sim?
Dulce= Uhum. – disse conformada. – Obrigada. – foi até a porta da sala e abriu-a em seguida, esperando pela loira.
Dois minutos depois a assessora saía do elevador: calça de alfaiataria em tom gelo, blazer rosa claro, bem acinturado, com apenas um botão e gola em V. Scarpin preto com quadriculado e a bolsa Lady Dior, caríssima.
Os cabelos loiros vinham parcialmente presos com uma singela presilha prateada, e nas orelhas, dois discretos brincos de prata.
Anahí= Bom dia, cãozinho. – sorriu ao aproximar-se.
Dulce= Vai ficar melhor quando você for embora. – cruzou os braços.
Anahí= Ei, calma! – levantou as mãos. – Vim em missão de paz.
Dulce= Ótimo. Eu, não. – arqueou as sobrancelhas. – O que você quer?
Anahí= Não pode nem me convidar para entrar? – arfou.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogada Perfeita
RomanceEle quer o senado. Ela é o caminho. Ela busca justiça. Ele tem os meios. São dependentes e atraídos como imã. Amor para alguns. Pesadelos para outros. O consenso? A jogada perfeita. Segundo livro da série disponível aqui: Jogada Paralela https://w...