LUCAS.
A semana tava foda, filhão, puta que pariu. Se eu tava tendo tempo pra respirar era muito, papo só. As obras lá da minha casa já tinha começado e isso tava tomando um tempo absurdo de mim, além disso tudo ainda tenho minhas outras paradas. Mas tem problema não, tudo fluindo no natural, caô nenhum.
Hoje o dia era só escritório, chatão, num tem uma obra pra visitar. Porra, me coloca pra ficar visitando obra o dia todo, mas não me coloca nessa de reunião não. Detesto ficar usando essas roupas toda engomada, a coisa é entrar na obra e ficar mexendo nos bagulho igual pedreiro, sem erro.
Os moleque tudo aloprando pra eu aparecer no racha hoje, quarta sem lei, esquece.
- Depois da pelada que vai ficar bom, vamo pegar bonde pro bar da lapa. - Caio falou pegando um copo de whisky que tem na minha sala.
Moleque é todo pra frente, simpático, diferente da irmã dele que só ficou com a parte gostosa. Caio virou fechamento pô, junta eu, ele e o Felipe tem pra ninguém, rj fica pequeno.
- Quartinha sem lei é aquelas coisas mais pra frente.
Depois que partiu fiquei no planejamento de uma planta, coisa grande pra caralho, mas é aquela: se foi mandada pra mim é porque sou capaz de fazer e se brincar o melhor, meu currículo tá aí pra provar.
- Preciso disso o quanto antes e sem erro, não tenho tempo pra ficar vendo se tá fazendo certo ou não.
Se tem algo que me estressa é trabalho mal feito po, incompetência me quebra. Se o trabalho dele é esse, não tem porque ficar fazendo mal feito não, não foi contratado pra isso? Sem erro então, mas eles gostam disso, fazem do jeito que dá e entrega achando que vou aceitar, maior palhaçada.
Devem estar odiando trabalhar pra mim, mas que se foda, não vou sustentar depois b.o de ninguém nas minhas costas.
Quase que no final do meu trabalho me ligam da obra informando que deu problema e que eu precisava ir pra lá pra resolver. Vai tomar no cu, só pica nas minhas costas, ainda por cima tenho nem roupa pra entrar na obra além dessa social.
- Pode deixar, eu resolvo isso e faz um favor, liga pro Bruno vir aqui também.
- Já tentamos conversar com ele antes de pedir pro senhor vim até aqui, mas ele não atende. - ouvi ele falar e eu peguei as coisas e fui fazer o que nem é o meu trabalho.
Minha paciência já é pouca, agora ela nem existe, papo dez. O arquiteto que é responsável por ficar aqui pra gerenciar a obra simplesmente meteu o foda-se e ainda fez cálculo errado, que eu tinha pedido pra arrumar e essa porra estourou agora.
Sol uma lua e eu aqui fazendo coisas que nem é minha responsabilidade. Os pedreiros quase finalizando o deles e eu aqui ouvindo do mestre de obra o que rolou.
- E como tá a entrega dos insumos?
- Senhor Lucas, eles estão atrasados, o senhor Vicente disse estar resolvendo, mas se os materiais atrasar mais de quatro dias a obra vai parar até chegar.
Fiquei lá conversando pra saber das paradas que estão acontecendo na minha ausência, e cada vez piora.
- Parou o assunto que a Marta Rocha chegou rapaziada. - Felipe falou.
- Coé, moleque filho da puta mané.
- Qual foi, Felipe tá mentindo não, Marta Rocha ainda é pouco pra essa beleza sua. - Tales falou e geral gargalhou, marola máxima.
Na hora que entramos no campo foi aquela, ainda ganhamos de 9x7 e agora nosso pós jogo ia ser tudo no 0800, time adversário vai bancar tudo. Tomei uma chuveirada no vestiário e nos dividimos nos carros.
@lucasferrazz: pelos acessos do rj
@felipfels: pit ta de volta
@caio.hardel: 🚀
@: ah que legal, vamos nos encontrar!
@marisaferrz: tem casa não?
@talesslpes: nossa maior honra freguês- Matheus é igual japonês, puta que pariu, se banca o jogador mas chuta o chão invés de chutar a bola. - gastei o Matheus, pensa numa pessoa ruim de bola.
- Vai tomar no seu cu, Lucas. Só porque você fez um gol de placa quer se achar?
- Ah não, leva pro coração não, japinha! - Caio mandou essa e não deu em outra, apelido pegou legal.
- Dichavei. - Felipe apareceu do meu lado me entregando o pote com a maconha dichavada e eu peguei pra bolar um.
Eles desceram mais um balde e eu fui dar uma rodada pelo lugar.
- Lucas? - virei pra direção da voz e enviarei uma garota que já fiquei. - Ah...Oi!
- E aí Gabi, tudo certo? - perguntei.
- Ótima. - parou na minha frente dando dois beijos no meu rosto. - Anda sumido, tentei até entrar em contato.
- Correria pô, sabe como é.
- Tá livre por agora? Pra gente sair, sei lá, fazer algo.
- Po, nem tô. Os moleque tá tudo ali no lounge e eu to de motorista, então nem rola. - a expressão da garota até mudou, coé.
- Poxa, tudo bem! Tô no lounge depois do de vocês com algumas amigas minhas, então nos esbarramos por aí.
Eu podia até sair com ela, mas hoje tô tranquilo. Paz terrível.
Ficamos nessa de marola até madrugada, Tales já tava em um mundo paralelo que até desanimou o rolê, maluco não é acostumado usar os bagulho e fica aloprando. Eu não sou pai de ninguém pra ficar regulando, cada um tem com ciência dos atos, então não vou ficar em cima.
- Coé, Tales, a próxima vez tu fica em casa. - Caio falou.
- Me deixa quito, porra, tô malzão!
- Não sabe beber, usar as paradas e saiu carregado. - Felipe gastou.
Demos paz pra ele? Porra nenhuma, chegou num ponto que ele nem retrucava mais.
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NASCER DO SOL
Fanfiction"Nosso problema sempre foi a intensidade. (...) Eu sei muito bem o caminho que nós dois fizemos, espero que sempre sejamos sinceros e nada enfraqueça nosso elo." 🤍🌙