87.

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LUCAS.

Vai tomar no cu. Mermão, que merdelê foi esse que fui arrumar? Puta que pariu, agora tô aqui na mesa só com os homens da família dela, que não é pequena.

Porra, tio, avô, o Caio, o pai dela e uma caralhada que nem sei o nome direito. Nem namoro a mina e agora tô aqui tendo que ouvir. Ela tá olhando pra cá, querendo rir junto da amiga malucona e minha mãe, junto da dela também.

Essa mandada sabe o que tá rolando, só tá se fazendo de sonsa. Conheço a peça, acha que eu como na mão dela, mas é ao contrário, pô. Só deixa estar, bangu vira de uma hora pra outra.

- Bebe aqui. - tio dela me oferece o copo e eu pego, cheirando. Isso aqui tá com todas as bebidas possíveis, coisa de maluco. - Quem namora sobrinha minha tem que passar nos testes pra saber se aguenta o recado.

- Ah, com todo respeito... - começo a falar, mas o velhote avô dela me interrompe.

- Bebe desse copo logo, seu cabra.

Felipe aparece aqui atrás falando pra caralho e junta o Caio pra entrar na onda. Viro o copo e sinto o gosto horrível na minha boca, querendo jogar fora, mas nun vou dar esse gosto pra esse avô dela não. Velho maluco já, caduco.

- Porra, bebeu sem fazer careta. - Felipe dá um tapa forte pra caralho na minha cabeça. - Aí, seu Adernor, cê acha que esse aqui merece entrar pra família?

- Ele tá achando que só porque bebeu tá fazendo parte?

- Vô, cuidado! Pelo amor de Deus, não vai embebedar ninguém e nem ficar falando aquelas coisas.

- Lanterninha, mas nós temos que aprovar, ver se ele merece. - rebate e eu seguro a risada, única coisa que resta. - Dá mais um copo aí, Vicente. Vou conversar agora, e Júlia, nem vem aqui tentar parar.

Outro copo para na minha frente e eu olho pra cima querendo sair dessa merda logo. Vai se foder, só b.o pra cima de mim. Olho pra desgraçada gostosa e ela me joga um beijo rindo, divertindo pra caralho nessa situação que eu estou.

- Pode mandar o papo, seu Adenor.

- Moleque abusado esse, Vicente. - um tio dela fala e eu pego o copo estendido para mim. - Tinha um melhorzinho não?

- Não é puxando saco não, mas esse aí foi o achado.

- Aou, pai! - Caio grita e ele dá de ombros.

- Seguinte, minha neta já tem vinte e três, cuida da própria vida. Mas isso não impede de eu querer o melhor dela, de saber pra quem ela está entregando o amor. - fala e su presto atenção. Ajeito a postura na cadeira e procuro o olhar dela que está distante de mim. - Só falo uma coisa: cuida bem dela! Eu sou capaz de enfrentar e fazer coisas com qualquer um com quem machuca os meus, principalmente meus netos.

- Ele tá falando sério, Lucas. Vai blefando da cara do velhote aí, ele tem uma espingarda que vai ameaçar tu, já já. - Felipe fala baixo e eu respiro fundo. Ah, coé.

- Júlia é forte, mas dependendo das situações ela é frágil.

- Com todo respeito que eu acabei de criar pelo senhor, eu entendo tua preocupação. Mas ninguém tem que se meter na relação minha e da Júlia. - falo. Porra, negócio chato esse de pessoas quererem se meter na vida dos outros. - Não namoramos oficialmente, mas nos damos bem, trato como deve ser, e pretendo não deixar faltar nada enquanto ela permanecer na minha vida. Só não aceito ficar dando pitaco em coisa que ninguém sabe o certo, só o superficial.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora