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JÚLIA.

O que foi que eu perdi da história? Onde foi que eu vi tudo isso rolar? Simplesmente do nada. Nem se quer faz sentido!

Ele falou com todos ali da mesa e apresentou a garota, tal de Larissa, mas quando foi falar comigo apenas deu um aceno. Aceno. Porra, eu tô muito puta com isso. E eu nem sei o porquê. Mas essa indiferença dele que surgiu do nada está me matando.

Eu estou tão alheia diante de tudo que não consegui focar no assunto deles, só respondia umas coisas pro menino que tô saindo porque ele precisa da minha atenção, não faz sentido algum eu ter chamado ele para ficar fazendo desfeita e jogando ele pros outros.

- Você tá bem? - chegou no meu ouvido e perguntou. - Parece que tá meia desligada aqui.

- Tô bem sim. - menti. Tem um bolo na minha garganta que faz minha voz sair por um fio e bem fina. - Só estou cansada. Tá curtindo a galera?

- Eles são legais, mas tem um maluco me olhando que parece que vai vir até aqui a qualquer hora. - ele apontou e eu virei a cabeça pra trás. Revirei meus olhos, sem paciência para isso hoje. A garota colada nele e fica aqui me olhando. - Certeza que não tem nada vocês dois?

- Colega, não me leve a mal não, mas sguinte: ele tem uma garota, essa que tá na frente dele, eu já falei que não temos nada, sou solteira.

- E por que você também fica olhando quando ele desvia de você? - fechei meus olhos para não revirar eles na frente do coitado. - Tá bem, não precisa falar, fui um pouco inconveniente.

Suspirei aliviada. Eu nem percebi as vezes que olhava, era involuntário, quando eu sabia que ele me olhava eu também mantinha, mas logo desviava. E assim que ele mudava o foco eu começava a observá-lo.

Puxei ele pra dançar junto da Luísa e dos meninos que já estavam fazendo o terror numa plena quinta feira e tirar esse bolo da garganta, o que foi ótimo, já que estava sendo engraçado demais ficar no meio daqueles macho rebolando até o chão, nem aí pra nada, só mandando passinho e fazendo aquelas bobeira deles encenando a música.

Dá tapa na cara, dá tapa na bunda, de cima da cama vale tudo. Ela gosta que maltrata.

Inferno de lembrança sexual, puta merda! Mas vou me abalar por isso, não, tá? O Fernando chegou atrás de mim e eu fiquei no meio, já que a Lu tá na minha frente e nós começamos a descer lá, atrás de mim o Fernando meio que sarrava e eu rebolava no ritmo do funk.

Eu danço com os meninos com minha garrafinha de cerveja e rindo até pro vento, já tô soltinha, e isso vai dar merda ainda se eu continuar bebendo. A música trocou e eu comecei a descer até o chão, meu salto já foi largado no canto da mesa e só estou vivendo o estrago. Sem querer meu olhar bate com o do Lucas e desvio na mesma hora, mas sinto que ele ainda me olha.

Fernando chega atrás de mim de novo e me puxa, entramos numa sintonia de dança que está sendo divertido, procuro de novo aquele olhar que ainda está sobre mim e vejo a garota descer na frente dele. Dou um gole da minha cerveja e sinto a mão na cintura, mas dessa vez da Luísa.

- Vai, Júlia, rebola! - escuto a voz de quem estava atrás de mim até segundos atrás e dou um sorriso, minha amiga se afasta pra ir até o Thiago e eu chamo ele com a mão, na qual vem logo. O Lucas parece até se incomodar por isso, já que seu maxilar ta trincado e sua cara fechada, num mínimo instante eu penso na possibilidade de me afastar, mas nem faz sentido eu fazer isso. - Que isso, linda, assim faz apaixonar.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora