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LUCAS.

whatsapp on.

Júlia
você tá louco??? deixa que eu vou até onde cê tá
sério, já estou terminando as coisas aqui
coisa de vinte min, dá pra esperar?

- coé garota, vai morrer se eu passar aí?

manda localização, já to saindo daqui.

já falei que vou passar aí
não vou mandar localização.
E NÃO APARECE AQUI!!!! vou passar na sua casa para irmos

whatsapp off.

Rendi? Porra nenhuma. Garota mandada, quer porque quer que eu fique esperando ela aqui, sendo que já estamos perdendo uma parte do bagulho. Mandei mensagem pro Felipe pedindo localização, já que eles estão juntos resolvendo um caô dessas festas aí.

Pedi a benção da coroa e peguei meu carro pra partir pra Niterói, mas antes passando no lugar ondes eles estão. Sei da barra que ela tá passando com aquele malucão lá, então acho que vai ser uma boa levar ela pra distrair. Tá toda toda querendo saber o que é, tanto que no dia que ela foi lá pro estúdio deu maior parada querendo saber do lugar, mas contei não. Deixa ela descobrir lá na hora, porque pelo jeito esquentado dela, é capaz de surtar e não ir, então deixei estar.

"Cheguei aqui, problemão" foi eu mandar essa mensagem que aparece ela digitando na mesma hora, fez isso umas quatro vezes e eu ri, no final não mandou nada. Desci do carro e fiquei esperando ela me atender, mas quem disse que a desgramada fez isso? Conversei com uma pessoa que tava descarregando um caminhão e entrei, assim que pisei lá ela veio na minha direção, desliguei e esperei.

- Eu falei que podia me esperar lá, Lucas! Meu Deus, nem terminei ainda. - ela falou e eu fiquei esperando ela terminar de falar. - Aí você não fala nada? Nem respondeu as porcarias das minhas mensagens! E outra, chegou aqui como?

- Cada um com teus corre, maluca. Felipe te liberou, tava conversando com ele agora.

- Nossa, que ódio dele! - ela veio pro meu lado me dar aqueles beijos que costuma dar em todos. - Tenho que pegar minhas coisas que deixei lá na área de montagem. - comecei a andar atrás dela até do outro lado e fiquei ouvindo ela falar querendo saber, mas me mantive calado.- Nunca mais me chama pra nada, está me ouvindo? Que palhaçada essa de não falar, e o pior ainda: você debocha da situação.

- Conversa pra caralho, hein... Já falei pra tu ficar suave que o bagulho é maneirinho.

Felipe apareceu lá também falando pra caralho junto de uma outra garota.

- Que isso papai, bagulho sério esse, nem acreditei quando fiquei sabendo. - ele brincou com a situação e eu entrei na onda. Júlia só olhou ele puta e eu ignorei ela me olhar também.

- Essa maluca aí só desdenha, tem nem como ter nada sério. - olhei pra ela enquanto falava e só vi ela pegar aquelas planilha e jogar na nossa direção.

- Engraçado que pra mim ela só te elogia, né não, Julinha?

- Nossa, que vocês dois exploda!- a garota do lado dela riu. - Aproveita e faz um favor: pega essa minha bolsa e leva pro teu carro, tenho que terminar de resolver uma coisa aqui com a Laura, já que avisei que não tinha terminado.

- Ih, tá mandada tu? - respondi e peguei a bolsa que ela me estendeu. - Dez minutos.

- Se manca, Lucas. - sai de lá e fui caminhando com o Felipe onde deixei meu carro estacionado, escorei e acendi um cigarro.

- Que parada é essa entre vocês?

- Nada, só tô dando uma força pra ela. - respondi e soltei a fumaça.

- Vai dizer que não relou ali? - debochou numa risada. - Júlia é minha parceira, a única, então tu se liga na responsa.

- Namoral, tenho que ficar falando nada não, mas sei das coisas. Já rolou mesmo, foda-se, mas tô dando uma força pra garota.

- Sei do que ela tá passando, mas te conheço, e muito antes conheço ela.

- Tá querendo insinuar o que? - perguntei. Papo estranho do caralho.

- Nada pô, não é tu que disse não ter nada? Então, sem leme. Bagulho é só tu se ligar nas atitudes, Júlia não é qualquer uma não.

- Felipe, Laura tá te chamando lá. - a Júlia chegou cortando nosso assunto, joguei meu cigarro no chão e pisei. - Atrapalhei?

- Não, tô indo lá já. Vigia tua vida, valeu? - ele bateu nas minhas costas e deu um abraço na Júlia.

Ela deu a volta e sentou no banco do carona, sentei também e manobrei pra sair de lá.

- Tem que passar em algum lugar? - perguntei.

- Não, acho que isso aqui já é suficiente, só que tu não fez questão de dizer nada.

- Caraca, é um kart que vai rolar. Tem de carro e de moto, nós vamos nos dois. - ela me olhou com a boca aberta e arregalou os olhos. - Viu, se eu falasse tu não ia.

- O que eu tô fazendo da minha vida...

- Relaxa, problemão. - coloquei a minha mão na perna dela e dei um aperto. Senti ela se arrepiar e deixei minha mão lá, quando estava mostrando atravessando a ponte ela começou a filmar e eu esperei.

- Caraca, eu amo essa música. - ela falou e aumentou o som do carro.

Nossa vibe tá sempre no alto, tem bala, tem doce, tem álcool.
Sobe na garupa
Vamo lá pra barra, desfaz essa cara,nós contra todo mundo e o nosso trem não para...

- O que o Felipe tava falando?

- Perguntou se tínhamos algo. - respondi na lata. Pra que ficar de quaisquaisquais se é a verdade pô, não fode. - Que era pra eu saber onde estava me metendo.

- E você respondeu o que?

- Que não temos nada, que tô te dando uma força. - ela se ajeitou no banco e estalou a língua. - Ficou incomodada?!

- Não, porque realmente não temos nada. Tanto é que nem sei como ele sabe de nós. - respondeu. - Só não quero que ninguém saiba que já ficamos, porque sei lá... vai ficar um clima meio estranho, já que você é amigo de todos lá, principalmente do meu irmão.

- Isso é o de menos, e nem tem o porque desse bagulho. - estacionei o carro e peguei os dois ingressos que imprimi, dei pra ela e devemos. - Se tu não curtir avisa.

Entramos e fomos pra área que tava rolando uma competição, aqui começou na parte da manhã, mas já era horário de almoço. Puxei a mão dela pra passarmos entre as pessoas e sentamos na arquibancada que tinha.

- Um amigo meu tá competindo, já já a gente desce pra almoçar. - ela concordou e começou a prestar atenção. A pista tava boa pra caralho, com sol. Ainda tinha mais duas voltas pra finalizar.

- Você já participou disso? - ela perguntou e eu concordei. - Mentira! Se bem que é tua cara mesmo.

- Quando ainda morava no Rio eu participava dessas corridas, mas parei e agora só acompanho. - ela levantou junto dos outros quando o carro passou e eu ri dela quase se desequilibrando. - Tem uma área que vou levar pra tu conhecer, esse é ainda mais foda.

- Não piso em nada que envolva essa loucura. Isso é quase que cometer um suicídio.

Vamos ver até quando isso vai durar. Já avisei que nunca perco.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora