17.

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                               CAIO.

- Pô, foi mal, mas já tenho que ir, meu voo é daqui a pouco.

Mais uma vez em São Paulo, por assim dizer que aqui é minha segunda casa, tô aqui direto, vivendo mais aqui do que no Rio.

- Você podia se mudar de vez, né? Toda vez que você aparece aqui é essa correria, me procura, eu venho e sou quase que mandada embora. – Thaís falou deitada no meu peitoral.

- Você sabe que eu tenho obrigações aqui, tanto é que quando dá pra ficar mais tempo eu sempre fico.

- Ok, Caio, sem estresse. – ela veio sentando no meu colo e dando um beijo. – Da tempo de pelo menos tomar um café?

- Se eu for ficar vou me atrasar, deixamos pra depois.

Thaís é a garota que eu fico quando tô nessa cidade, mina maneirinha. Nosso lance é sem estresse, só curtição.

- Luísa tá te ligando. – ela já virou a cara pra mim e jogou o celular na cama. Ela sabe que sou parado na da Luísa, mas que não tem chance alguma de rolar nada, mas é só ela ouvir o nome dela que a feição muda.

ligação on:

- Caio, já chegou aqui no Rio?

- Ainda não, por que?

- É a Júlia, não entendi direito o que o porteiro falou, mas disse que ontem tava maior gritaria lá no apê.

Mermão, já fiquei maluco. Só perguntei afoito o que rolou.

- Não sei, não entendi direito e nem estou no Rio, vim com minha mãe pra cidade da minha vó. Mas parece que o Gabriel apareceu por lá e saiu transtornado, a Júlia não atende o telefone e não quero pedir pra tia ir lá.

- Porra, esse maluco tá de brincadeira. Pra subir não precisa de permissão e caralhos a quatro?

- Precisa, vou desenrolar por aqui o que deu pra ele aparecer, mas tenta falar com ela, tô preocupada e se possível vai lá no apartamento ver ela.

- Tá bom, cara, valeu por avisar.

ligação off.

Esse maluco é fora de série, faz o que faz e ainda vai atrás da minha irmã. Luísa falou por alto porque parece que nem ela sabe o que aconteceu, enquanto fechava a mala esperei a Júlia atender minha ligação.

- Caio, o que aconteceu?

- Minha irmã, porra quando eu ver aquele filho da puta eu vou socar ele.

Eu tava transtornado, sempre falei que não gostava dele, mas nunca interferi em nada porque pra mim o importante é ver minha irmã feliz, então era o de menos ter ele como cunhado.

- Você precisa se acalmar, Caio, conversa com sua mãe e pergunta se ela falou com sua irmã, não sei, só fica calmo.

- Ele podia fazer o que quiser, mas dá de maluco pra coma da Júlia é pedir morte.

Organizei meus bagulho e despedi rápido dela, ainda tinha que ir pro aeroporto que ficava a quase meia hora daqui.

Tentei mais uma vez conversar com ela, mas ligação caia em caixa postal. Fui falar com o Felipe também, que por sorte me respondeu.

Ele avisou que ela tinha ido na parte da manhã pra faculdade e depois apareceu lá na agência, mas que ficou pouco tempo e disse ter ido pra casa, mas depois disso não recebeu mais notícias. Já era quase oito da noite e ela saiu de lá era duas da tarde.

Quando cheguei no Rio peguei meu carro que estava no estacionamento e liguei pro Luísa pra avisar que vou ir ver a Júlia e que ela liberasse minha entrada.

Essa Luísa é outro merdelê na minha vida, papo é reto. Sou parado na dela já faz tempinho, maior gostosa e ela sabe disso, mas vê se dá moral pra mim, não dá porra nenhuma.

A gente já ficou algumas vezes e o bagulho foi sinistro, coisa de maluco mesmo, mas num prestou depois. Nossa vida é muito diferente e isso não funciona, ela não confia nos meus papos, diz que dizer é fácil e no ato o bagulho é de outra forma, mas ela não dá oportunidade para saber de fato como é.

Já mandei o papo que se ela quiser eu mudo por ela, mas cadê que confia? Porra nenhuma, toda hora uma desculpa e dessa vez é sobre eu viver viajando.

Sempre foi assim, vez ou outra tô em São Paulo pra resolver coisas da empresa que vamos abrir e raramente eu vou pra outro estado, mas ocorre. E ela diz que por isso não funciona, ela foge.

Quando cheguei no prédio onde elas moram subi rápido pra entrar, a senha da casa delas eu não lembrava por nada, fui pra porta do fundo e trancada também, tive que perguntar pra Luísa a senha e até aí foi uma demora do caralho pra bonita responder.

Entrei no apartamento e tava maior escuridão, mas foi chegar no quarto dela que ela tava toda estranha com o cabelo pro alto, rosto todo melecado de um bagulho verde.

- Vai tomar no seu cu, Júlia! – porra, eu todo preocupado e ela aqui fazendo nada.

- Meu deus, que susto garoto. – ela falou largando aquelas roupas dela e veio pro meu lado. – Que bicho te mordeu, hein? Deixa nem chegar perto.

- Todo mundo tentando falar contigo e você aqui. Eu em São Paulo a Luísa me liga falando que o porteiro disse que tava maior gritaria aqui e que você não atende ligação por nada.

Fui falando tudo, reparei que a cara dela ainda tava inchada do choro, a voz de choro e tudo mais.

- Desculpa, sério! Mas eu desliguei por que não aguento mais ouvir ligação dele, não adiantou ele ter vindo aqui e ter subido sem autorização.

- Mas tá como? Melhor?

- Tô indo, né. Ficar sofrendo vai adiantar nada, então tô seguindo.

Fiquei maior cota de tempo com ela, avisei a Luísa e ao Felipe sobre ela a Luísa esculachou a garota toda, parecia até minha mãe.

- Vou indo lá, vê se toma cuidado e qualquer parada me liga.

- Tá bom, desculpa ter preocupado vocês, mas eu só não aguentava mais. E fica tranquilo que de der algo eu aviso, mas sei me cuidar.

             
                                 Feliz Ano Novo! Que esse novo ano seja repleto de realizações, luz e amor, dando esperança de uma vida melhor. 🤍✨

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora