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acontecimentos aqui narrados, para melhor entendimento, se passa em PODE FICAR, disponível aqui no perfil.

JÚLIA.

A semana passou voando, foi tanto acontecimento que chego a estar extremamente cansada, só querendo casa, cama, paz. E todos eles foram relacionados a trabalho, não tive tempo pra quase ninguém essa semana.

Saio da última vistoria e já caminho em direção ao carro pra poder ir pra agência, temos uma reunião com a Débora, que é relacionada ao trabalho que ela realizou na última festa.

Eu chego um pouquinho atrasada, Felipe não está na sala, e a reunião só se inica quando um de nós dois está presente. Já caminho pro lugar e me sento, prestando atenção nos detalhes.

Ela apresenta de uma forma tão clara, objetiva. As fotos que ela fez são esplêndidas, e minha surpresa aumenta ainda mais quando ela diz que a maioria não possui edição. Quando finaliza,  todos nós aplaudimos e cada um vai saindo, eu ficando por último.

- Débora? - a chamo, onde ela desvia do que está fazendo e a atenção está em mim. - Parabéns pela apresentação, pelo trabalho perfeito que nos entregou.

- Não precisa agradecer, fui contratada para isso, né? - tenta brincar, mas o ar está pesado, não posso negar.

- Eu vou passar as coisas para ele, relaxa. - percebo que ela procura o Felipe. Ele ficou na porta durante toda a apresentação dela. - Você sabe o motivo, o porquê dele não estar aqui.

- É, eu sei. - suspira, guardando tudo. - Júlia, por que você está me tratando assim, tão bem?

Eu fico sem entender de início, mas aí me ligo que ela esperava indiferente, mas não posso fazer isso, por mais que eu tenha um pouco de rancor dela por ter feito o que fez, mas aqui é meu lugar de trabalho. Além de que meus pais me educaram bem demais para tratar qualquer um de forma diferente.

- Débora, eu não tenho motivos para tratar alguém mal. Eu antes de tudo tenho que ser profissional e deixar as coisas de fora, coisa que não fiz no dia do evento, mas aqui dentro eu preciso assumir outra posição.

- Podemos conversar? - pergunta. Eu tento fugir a todo custo, procurando uma desculpa, mas não encontro, por fim concordo.

- Tudo bem, tem um quiosque aqui perto, vamos para lá. - respondo.

Ela pega a bolsa dela e eu saio, indo a pé mesmo, por ser bem pertinho. Me sento numa mesa na parte de fora, ela fica na minha frente.

- Pode dizer.

- Eu quero pedir desculpas. - fala. - Você é a primeira que está me dando essa oportunidade, a única que não continua em me tratar com diferença... Isso é um choque para mim.

- Não é para mim que você deve pedir desculpas, Débora. - falo. Desligo o celular e deixo com a tela virada para baixo. - Eu não te vejo como inimiga, nada disso, eu só te vejo como alguém que precisou fugir para não ser engolida por tantas emoções. Eu te entendo, de verdade...

...Eu só não consigo compreender porque você foi tão fria com o Felipe, com os sentimentos de vocês. Esse é o X da questão, entende? Confesso que fiquei com raiva sim de ti, mas eu não me alimentei dela para te fazer ser odiada. Eu vi o Felipe em estado tão crítico, eu já tive que sair de casa de madrugada para ajudar ele a voltar pra casa, porque a tia implorava por socorro. Implorava a Deus para que nada acontecesse quando ele esteva jogado a sarjeta, jogado em qualquer banco de praça com uma garrafa de bebida, com pino de cocaína em meio às roupas.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora