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JÚLIA.

16 de setembro, 2023. - 24 semanas.

- Tá bom, muito obrigada. - agradeço ao Vinicius que veio aqui em casa pegar as informações necessárias para o projeto. - Vou ficar no aguardo para o retorno.

- Talvez demore um pouquinho.

- Sem problemas, não tenho pressa não. - respondo, vendo o Lucas aparecer no batente da porta junto com o Apolo. - Oi, Lucas.

- Oi, atrasei? - concordo com a cabeça, mas sem ligar. - E aí, Vinicius, tudo certo?

Ele pega na mão do arquiteto e cruzo os braços, doida pra pegar o Apolo. Esses tempos ele tava internado, pegou uma intoxicação das grandes e deu um baita susto em nós, mas agora ele já está em casa novamente e vai seguir nos cuidados.

- Tava falando aqui para a Júlia que, talvez, o projeto do quarto da filha de vocês venha demorar um pouco.

- Demorar quanto? - pergunta.

- Sem pressa, Lucas... - repreendo-o.

- Pô, tu já tá com seis meses. - dá de ombros e foca devolta no Vinicius. - Demorar tipo duas semanas?

- Mais, de três pra cinco. - responde. - Eu tô com um outro em andamento, mas o da sua casa já tá praticamente que pronto, inclusive depois de amanhã já levo pra vocês aprovarem.

- Caraca, tempão. - Lucas coça a cabeça e da espaço pro arquiteto passar. - Mas tudo bem, já vou ir adiantando a obra lá do meu assim que for aprovado.

- Você tá apressadinho, né? - cutuco ele quando paro ao seu lado, saindo do quarto praticamente que vazio. - Obrigada mais uma vez, tá? Não tenha pressa com as coisas não, a gente consegue esperar. E desculpa qualquer coisa.

- Fala por tu, Júlia! - olho feio pra ele que finge nem ver. - Só tô ansioso, cara. Pode não?

- Vou nem te responder, Lucas. Nem vou...

Deixei ele falando sozinho e fui levar o coitado do arquiteto até ao elevador, ainda fiz o Lucas se despedir e parar de graça com ele. Acenei e voltei pra dentro, fechando a porta e já fazendo a pior cara do mundo pro Lucas.

- Tem vergonha não? O homem parecia até sem graça.

- É brincadeira, pô. - diz, soltando o Apolo da guia. - Ele sabe. Precisa pegar ar por causa disso não, cara.

- Tá, tá bom. - encerro o assunto e chamo pelo Apolo. - Vem cá, neném. Vem!

Agacho, batendo no chão esperando ele atravessar a sala todo afobado vindo até mim.

- Cuidado com sua barriga, pra ele não pular. - o Lucas fala e eu me sento no chão.

- Oi, tá melhor, é? Tava sumido, dodói, todo triste na internação.

- Chegava a dar dó de ver ele naquele estado, que isso. - comenta e eu faço carinho na orelha dele, que ele gosta muito, chega a tombar a cabeça. - Ih, ele tava com saudade de tu.

- Também estava com saudade dele. - levanto, vendo ele me seguir até o sofá. - E como ficou as coisas lá? Me passa o valor que pago uma parte.

- Vai pagar nada não, Júlia. Assunto já tá resolvido. - deixa o celular na mesa e olha pro corredor, onde fica o quarto que estávamos antes. - E no que deu as coisas aqui?

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora