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JÚLIA.

- Conseguiu dormir? - perguntei.

- Tirei um cochilo, porque dormir é uma palavra muito forte. - coloquei o café numa xícara e ofereci para ela. - Mandei mensagem pro Thiago, mas ele nem me respondeu. Júlia, e se ele já souber? Sei lá, isso tudo ter sido só um teste?

- Pelo amor, irmã. Se acalma, acha mesmo que ele ia fazer isso? Olha pro relacionamento de vocês, foca no melhor, conversa com ele, mas não fica colocando essas maluquice na cabeça não, a mente é a maior traidora nessas horas, porque só pensamos bobeira.

- Caio te disse algo? - perguntou e eu concordei. - O que?

- Basicamente o que você me disse, isso porque eu ainda perguntei, tá? Ele é boca aberta só as vezes, mas disse que depois explicava melhor porque está em São Paulo.

- São Paulo... Chega a ser irônico ele viver tanto lá.

- Mana, a Thais e ele nem são mais nada pelo que sei, parece que acabou real. Lembra aquela vez que cê ligou pra ele assim que terminei meu namoro? Ela parece ter tido um se liga e acabou o rolo deles.

- Sorte dela então, ninguém merece seu irmão. - ela falou com ódio e eu ri. - Aí, cara, é seu irmão, desculpa ficar falando assim dele, mas ele é um filho da mãe.

- Acha que não sei? Não é porque dividimos mesma mãe e pai que concordo com as atitudes péssima dele, você sabe, Lu. - falei.- Mas chega de falar dele, precisa que eu te leve pra casa dele?

- Não, vou ficar por aqui até ele me responder onde está. - olhou o celular e viu que nem uma das notificações é dele. - O silêncio dele tá me matando, Júlia. Tipo, eu nem sei se ele sabe, se é por causa da mãe dele, mas tá doendo no fundo da minha alma essa sensação.

- Ôh, irmã, fica assim não. De verdade, não fica com a cabeça nesse negócio dele saber, ou que você e o Caio, você sabe, isso só vai te deixar mais ansiosa. - falei. Levantei da mesa porque já deu meu horário, e eu preciso sair alguns minutos antes ainda. - Tô indo pra agência, qualquer coisa me liga e eu vou pedir pra minha mãe fazer comida pra você e a tia irem almoçar lá em casa, ok? Não aceito não como resposta.

- E você e o Lucas? Vai conversar com ele, né? Porque sinceramente, não dá para entender vocês dois.

- Mana, acredita que ele veio ontem me responder? Nem vi o que era. E outra, não vou ficar me humilhando nessas coisas de mensagem não, viu? Se quiser, quando nos vermos resolvemos.

- Júlia, você me dá os conselhos, mas não segue o que você mesmo fala: conversa. - falou e eu dei um sorriso amarelo pela fala totalmente verdadeira.- Se humilhar em que? Vocês precisam é conversar. É tão difícil assim vocês dois sentarem e falar qual merda tá rolando?

- Faça o que falo e não o que faço, amorzinho.

- Sou sua amiga, mas você vai é cair do cavalo desse jeito. - af, tô boba. Essa aqui me xoxa todinha, joga na minha cara mesmo, sem dó. - Conversa é a base de tudo, não é isso que você fala? Então faz o que fala.

Despedi dela e entrei naquele carro pra ir pra construtora pegar minhas coisas que ainda estão com o Lucas, eu deixaria lá por tempo que for, mas tenho coisas de trabalho que preciso. A moto dele tá aí, estaciono na primeira vaga disponível que vejo e desço para ir até a sala dele.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora