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CAIO.

- Thiago falou que a mãe dele passou mal e teve que sair na pressa, pediu pra te passar o recado. - falei pra Luísa.

Tava aqui bebendo quando alguém ligou pra ele e na mesma hora saiu, nem falou nada, só disse que era pra avisar a namorada dele.

Ela tava junto da Larissa no banheiro e com uma outra garota aí que o Miguel arranjou. Ela me olha com os olhos arregalados e pega o celular ligando pra ele, pelo que consigo ver no visor, e saí pra calçada do outro lado da rua.

Papo reto, Luísa é uma desgraçada de linda, puta que pariu. Não sei como vacilei quando eu tive a oportunidade de fazer ela feliz. Pisei na bola legal.

Tá certa agora em aproveitar quem dá valor nela, quem tá colando junto, que não tá dando mancada. Merece muito, principalmente por tá feliz agora, ter conquistado muitas coisas depois da barra dela de perder o pai, ter que lidar com a mãe doente.

Tô de cantinho vendo ela falar no telefone, levanto da mesa e vou até ela, fecho os braços na frente do corpo e a cabeleira loira dela bate no seu rosto pelo vento que tá aqui. Ela nem percebe que tô aqui.

- Amor, você tem certeza disso? Você soube que ele e eu tivemos um caso. - ela fala e eu franzo meu senho. Ah, caralho, tão falando de mim. - Não... Não é isso. É que talvez você não se sinta confortável, sabe? Não sei.

Ela para de falar e suspira. Não sei se já soube que estou aqui, mas ela para do meu lado e volta a falar.

- Tudo bem, eu vejo aqui, qualquer coisa eu vou com o Felipe, peço um uber, mas com o Caio não. Por mais que você esteja insistindo nisso, e parece confiar nele cegamente... - o seu rosto vira pra mim e parece ficar surpresa. Eu reconheço seus olhares, e eles não vão mudar nunca. - É... você quer que eu vá para aí? Talvez sua mãe não goste tanto da minha presença, mas acho que seja melhor, depois eu te faço companhia....- da uma pausa e fica me analisando. Sua boca contornadinha era um vício, o desenho perfeito junto do seu rosto delicado. - Então é melhor eu ir direto para casa, mas amanhã sem falta eu apareço aí, tá? Te amo e fala que desejo melhoras.

- Melhor ir comigo, loirinha. Te deixo em casa, que nem o Thiago falou. - falo assim que ela desliga a ligação e se vira de frente pra mim. - Rolou o que com a mãe dele?

- A pressão subiu demais por conta de um medicamento que ela tomou. - respondeu. - E sobre sua carona, vou negar, pego qualquer coisa, mas dividir o lugar daquele carro com você não é minha prioridade não.

- Que isso, loira, o que foi que eu te fiz?

- Quer que eu fale o que me fez? Esteja preparado, Caio. - a sua fala vem bem cheia de acidez e eu mereço isso. - Já vou indo, e dispenso carona.

- Luísa, seu namorado confia em mim, para que medo? Pô, não vou fazer nada pra tu.

- Que bom, né? - saiu daqui e voltou lá pro bar, deu abraço em cada um ali, voltei e já fui direito no Tales entregando dinheiro, tanto o meu quanto da Júlia, e da Luísa. Despeço rápido ali e fico esperando a loira desenrolar. - Puta merda, Caio. Que susto!

Rio da sua cara e desço o degrau indo pra calçada e começo a andar pro carro, quando vejo que ela não tá vindo paro e olho. Gosta de fingir resistência, conheço desde a adolescência.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora