08.

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LUCAS.

Quando sai do Felipe fui pra um bar na barra, um amigo meu tinha enviado uma mensagem dizendo que ia tocar lá. O papo era que ele também chamou pra cantar junto dele, quando fazíamos faculdade tínhamos essa de cantar juntos, porém assim que formei parei. E foi nessa que achei a pessoa que amei com toda minha força e, que também, foi a pessoa que me fez sentir culpado por tempos.

Com o tempo eu parei de frequentar esses lugares, ela dizia que não combinava com a vida que estávamos construindo e eu aceitei tranquilo. Por fim eu parei de ter esse "extra" com a música e dediquei totalmente a área que formei e a pessoa que tinha escolhido. Nas raras vezes que íamos em uma resenha com o grupo de amigos eu cantava.

Não sinto falta, apesar que antes eu tinha como objetivo viver da música e ser engenheiro nas horas vagas. Atualmente é raro eu ter esse momento, sinto que não é algo que faz parte da minha vida, não consigo ter a mesma sensação de antes.

- Não é que veio mesmo? - ouvi o Matheus falar assim que pisei na área onde ele estava. - Mudou pra caralho, hein.

- Coé, quase trinta já, não tinha como ter a mesma cara de sete anos atrás. - dei uma risada e cumprimentei as duas garotas que estava sentada na mesa e os outros que estava em pé. - Feliz demais por você, irmão! Engenheira não era sua área, papo reto.

Como já tinha bebido na casa do Felipe não pedi nada alcoólico, conversei com ele sobre minha volta pra cá, mas em nenhum momento ele entrou no assunto e eu agradeci por isso. Ainda é algo que me mexe com minha cabeça por mais que já tenha tratado.

- Tá sozinho? - virei o rosto e vi uma loira, era gostosa e parecia tá deslocada nessa mesa.

Confirmei com a cabeça e ela veio pro meu lado, guardei meu celular e puxei ela pra meu lado. Ela era até legalzinha, soube que ela é amiga da namorada do Matheus e por isso estava aqui.

- Vou só cantar essa com ele e nós vamos, pode ser? - perguntei e ela concordou dando um selinho. Subi no palco e juntei com o Matheus, pela primeira vez depois de tanto tempo eu tava de volta ao Rio, vivendo como antes.

Despedi dele e chamei a Gabriela pra irmos, como tinha vindo de moto e tinha apenas um capacete achei melhor arranjar um outro jeito de sair daqui. Pedi um uber e buscaria a moto amanhã, quando chegou entramos e fomos em direção a um hotel que tinha aqui por perto. Fiz o check-in e subimos pro quarto, em diante foi toda aquela loucura.

- Isso, me fode! - ela mordia o lábio enquanto gemia e eu foquei em apenas meter meu pau na sua boceta. - Mais forte. - fiz conforme ela pediu e seu gemido que saia em um barulho fino ecoou pelo quarto. - Assim, amor.

Quando gozei tirei a camisinha e fui ao banheiro para descartar, voltei e deitei na cama do hotel pra descansar. Já era madrugada quando acabamos, o bagulho tinha sido maneiro, sem dúvidas alguma brasileiras se superavam das alemãs, por mais que também sejam boas.

Acordei um tempo depois com barulho no corredor, levantei indo ao banheiro pra ir embora, tinha uma reunião hoje sobre meu trabalho. Ouvi a porta se abrir e vi a garota entrando no chuveiro junto comigo.

- Bom dia! -ela disse e veio pro meu lado, dando um beijo na minha boca e descendo a mão pelo meu corpo. - Poderíamos repetir uma outra vez, mas tenho trabalho agora a pouco.

- Também tenho que adiantar, mas podemos marcar uma outra hora.
Como eu ainda tinha que buscar a moto e me arrumar pra reunião de trabalho nem deu tempo de muito, mas aproveitamos pra caralho.

- Tchau, gatinho! Meu número é esse aqui. -ela me entregou um papel com o nome dela junto com o número. - Foi ótimo nosso momento.

Despedi e fui a pé mesmo pro bar onde estava ontem pegar minha moto, precisava ir na concessionária ainda hoje pra pegar um carro. Quando mudei de país vendi a maior parte dos meus bagulho, não queria deixar parado aqui sem nenhuma utilidade.

As únicas coisas que não vendi foi minha moto e a casa em que vivi, onde atualmente era uma renda extra. Minha opção era vender, mas preferi colocar como aluguel para ter uma base pros meus coroas caso precisassem, mas graças ao de cima nunca precisaram.

- Minha mãe já saiu pro trabalho? - perguntei pro meu coroa. Até estranho chegar aqui é não ouvir ela falando no meu ouvido.

- Já, e se prepara que ela ficou maluca com você ter sumido, quando aparecer aqui ela vai te meter a porrada.

Soltei uma risada e concordei, não duvidava nada daquele velha. Dei um beijo nele e subi pro meu quarto, tomei um novo banho e vesti uma roupa pra ir pra construtora.

Na Alemanha eu me aprofundei ainda mais, estudei pra caralho e hoje sou quem sou por isso. Ralei muito pra ter o mínimo do meu nome no mercado e consegui além do esperado, essa nova empresa é uma das melhores do RJ, então quando viram meu portfólio já disseram que a vaga era minha.

- Bom dia, posso ajudar em algo? - a mulher ruiva da recepção falou assim que cheguei no balcão.

- Vim pra uma reunião com o presidente. - a mulher passava tanto a mão no cabelo que eu já estava achando que era pra eu analisar as pontas dela. Tá maluco, ela fazia tudo menos o que precisava.

- Marília, pode liberar a entrada dele. Ele tem reunião com meu pai. - ouvi a voz e virei ficando de frente pro Caio. A mulher só concordou e me deu um sorriso simpático demais, segui o Caio pro lugar onde ele ia.- Pensei que trabalhava junto com o Felipe.

- Minha parada é outra coisa, prefiro visitar obra e fazer projeto.

- Vai ser bom ter pessoas aqui na empresa com um grau elevado, acredito que isso vai dar um gás do caralho. - saímos do elevador e entramos numa outra recepção. Essa empresa era organizada pra caralho, sem aquela zona de funcionários e caralhos a quatro. - Teu currículo foi algo a mais.

Só concordei com a cabeça e fiquei esperando me chamar, já tava tudo pronto praticamente, só tinha que assinar o contrato e aquela marola toda.

- Aqui você pode assinar o contrato com a empresa. - ele me deu a caneta pra assinar. - Você recebe valor integral quando é por sua conta, mas quando há a contratação de uma equipe você recebe 85% do total, certo?

Concordei mais uma vez, isso já era costume nas empresas. Depois de maior cota dele falando sobre como tudo funcionava, apresentou a empresa e alguns funcionários eu saí de lá. Ainda precisava passar na concessionária e ir pro apartamento fazer uma última vistoria antes de começar o projeto pra reforma.

Eu já tinha na cabeça qual carro queria, então fui bem objetivo na compra. O carro ia ser entregue no endereço da casa dos meus pais, então depois de finalizar tudo fui pro meu novo lugar. Eu mesmo ia projetar, mas precisava arranjar algum arquiteto maneiro pra fazer todas aquelas parada. Minha mãe desde que soube que iria me mudar ela quer fazer aquelas compras malucas de casa, então eu iria agilizar tudo pra não decorrer muito tempo.

Precisava entrar em contato com algumas fornecedoras e contratar o pessoal responsável, mas a noite faria isso.

Passei em casa bem rápido pra ir treinar, se tinha uma coisa que eu não ficava sem era a luta. Tá maluco, pai esculachava quando ia treinar, saio de lá mortão.
A luta é o lugar onde posso extravasar tudo que estou sentindo.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora