49.

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CAIO.

- Já conseguiu falar com a Júlia? - a Jaqueline sentou no meu colo e perguntou. Coloquei meu copo na mesa e neguei com a cabeça. - Ela também não atende nenhuma ligação minha e nem mensagens chegam.

A minha irmã deu um chá de sumiço desde a manhã de ontem. Geral tentando falar com ela e a desgramada não aparece, meus pais até foram pro Rio na parte da manhã pra ver o que rolou, mas eles falaram que também não conseguiram falar com ela. Júlia quer deixar todo mundo louco, porra.

- A Júlia não gosta que fica no pé dela, todos aqui já tentaram falar com ela e é capaz de ignorar todo mundo e não vir por pirraça. - respondi e peguei meu celular pra ver se tinha algo. Já é quase cinco da tarde e ela não deu um sinal. Sou ciumento pra caralho com minha irmã, protejo ela de qualquer coisa, dou minha vida por ela. - Mas isso não é dela não. Pode ter rolado alguma coisa, pô. Acho que vou ir pro Rio buscar ela.

- Calma, Caio, ela disse o que? Que ia vir hoje ou amanhã, não foi? Espera seus pais também falarem algo, não sei. Só não vai pra lá dirigindo, você tá bebendo desde ontem sem pausa alguma.

- Porra, é minha irmã! - já tava com cara esquentada. Ela deu um beijo no meu pescoço e depois um na boca, ela já tinha saído com a galera uma vez, mas nem sabia que era amiga da Júlia, soube aqui. - Não gostou da galera não?

- Gostei, inclusive tem uma garota ali que não para de olhar pra mim... - ela falou e eu desviei meu olhar pra ver, e era a Luísa. - Ela é legal, me tratou bem, mas não sei.

- Luísa é parceira nossa, ela tá preocupada com a Júlia e não quer vim aqui pra atrapalhar, pô. - ela pegou meu copo e bebeu. - Vem, vou tentar falar com minha irmã de novo.

Porra, vai se foder! Peguei na mão da loira e fui pra varanda que na parte da frente da casa dos meus pais. Liguei duas vezes e nada. Bufei de ódio e o namorado da Luísa abriu o portão lateral passando com as caixas de bebida que tinha acabado.

Moleque é tranquilo pra caralho, a gente desenrolou um papo maneiro até, sem caô. O boca aberta do Felipe já tinha soltado pra ele que eu já peguei a mina dele, então tá naquela coisa.

- Você não disse que tinha um amigo que ia vim? Tenta falar com ele. - a Jaque disse e eu peguei o celular pra falar com o Lucas, mas foi outro que não me respondeu porra nenhuma.- Vai ver eles estão chegando juntos.

- Acha mesmo que a Júlia ia aturar o Lucas num carro por quase duas horas? Aqueles dois se matam, pô.

- Hm, não conheço esse Lucas. - ela falou e deitou a cabeça no meu peito, ficando de grude. Nada contra não pô, só não curto muito quando a mina fica nessa depois de uma ficada. - Festa hoje é onde?

- Tem que ver com o Felipe, o moleque que sabe desses bagulho. 

A Luísa voltou junto do Thiago e pegou mais um saco de gelo no carro, bebi o restante da cerveja que tava no copo e fiquei marolandi ali.

Quando deu seis o Lucas me ligou pedindo pra eu abrir o portão, desci da rede e fui buscar ele na frente.

- Ih, que isso... esculachou. - falei assim que vi parado descendo dois cooler.- Da um aí, geral tá no fundo.

- Já tá em outro mundo, né, filho da puta? - ela perguntou e eu só dei um sorriso confirmando. - Pô, que isso, nem espera.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora