21.

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JÚLIA.

- Socorro, eu não tô bem! – tínhamos acabado de descer do uber. Luísa, Caio e eu destruídos andando em direção a portaria. Meu salto na mão, maquiagem borrada, o dia quase perto de amanhecer. Verdadeiro caos.

- Meus pés estão fodidos, minha cabeça parece que vai explodir e quero fazer xixi. – ela murmurou já desistindo de andar, voltei pra perto dela e agarrei seu corpo voltando a andar. – Vamos pra praia? Amanhã a gente não vai conseguir acordar pra descer as 10h.

- Garota, ninguém tem pique pra isso não, ainda mais agora! Custamos chegar em casa. – falei e escorei ela na parede.

O porteiro rindo da gente e o Caio alugando a mente do coitado enquanto o elevador não chegava. Outro que tá fodido é ele, usou de tudo, sumiu por horas e apareceu como quem não queria nada.

- Seu Lázaro, não liga pra ele não, ele nem tá em plena consciência.

- Se manca, Júlia! Lázaro é fechamento pô. – ele respondeu dando língua. – Você também não tá sóbria não filhona, além de que não foi eu que chorei por ex.

Juro, ele falou isso e eu tentei me lembrar do papelão, nem sei se ocorreu e não acreditei nisso, impossível! Entramos no elevador e a Luísa tava cochilando em pé já. 

- Não quer abrir cara, a senha tá dando incorreta! – falei tentando colocar a senha na fechadura mais uma vez. – Porra, não vai.

Luísa já tava deitada no chão, Caio em outro mundo e eu ferrada tentando lembrar da porcaria da senha. O nosso estado se encontra tão decadente pela bebida que eu só sentei no chão na espera de um milagre.

- Júlia, eu quero usar o banheiro, tenta lembrar por favor! – A Lu falou e eu dei uma risada pelo estado dela, era a pior de nós três. – Acho que é nosso aniversário.

- Não tá dando. – levantei e fui tentar mais uma vez. Escorei a cabeça na porta e fui em mais uma tentativa, agora de fato abrindo.

Luísa levantou num pulo correndo pro banheiro, Caio veio também deitando no sofá e eu fui pra cozinha beber água.
Eu estava muito bem até então, a onda da bebida já tinha passado e eu era a mais sóbria entre os dois, ou seja, tô de babá.

- Vai tomar banho que eu vou arrumar a cama pra deitar. – falei pra ele que tava morto naquele sofá.

- Você e essa sua mania chata de que não pode deitar em nenhum lugar dessa casa com roupa da rua, deitar sem tomar banho. – ele respondeu.

- Eu zelo pelo meu lar, minhas roupas limpas, tudo limpinho. – respondi e ouvi um “vai tomar no cu! Vou tomar banho não. Sai com esse bagulho de energia. ” – Ah, querido, mas vai sim! Pra deitar na minha cama e no meu sofá sem banho não rola.

A luta pra ele ir foi ganha, quase perdida, mas falei que não deitava na minha cama todo sujo pra dormir. Peguei dois remédios e levei um pra ele e um pra Lu, a bichinha bebeu tanto hoje que fiquei até surpresa, juntou ela e o tal Thiago que só vi virando dose. E o outro eu não preciso nem dizer que ele misturou tudo né?

Quando o Caio saiu eu entrei e tomei meu banho, o dia já tava amanhecendo, o sol raiando através da janela. Deitei na minha cama e liguei o ar, não suporto dormir com calor, se desliga o ar eu acordo quase que na mesma hora.

- Garota, tu parece gente velha, pode dormir o horário que for que deu 7h da manhã você já tá acordada. – tinha acabado de levantar. Beirando duas da tarde.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora