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comentem para eu publicar o próximo!!

duas semanas depois...

JÚLIA.

Acordei com a ligação de alguém, no meio do melhor sono. Atendo sem antes saber quem é e, quando escuto a voz dele, lembro que prometi ir para Angra, mesmo após estarmos afastados.

Na noite do meu aniversário que ele me levou pra casa dele nós não transamos, primeiro por ele ter dito que eu estava meia bêbada, segundo porque no meio da madrugada ele saiu revoltado e me deixou sozinha naquele apartamento.

Voltou bêbado, falando coisa com coisa e até me chamou de outro nome. Eu fiz minha parte, dei banho, cuidei e fui embora. Não fazia sentido eu ficar lá, mesmo eu gostando muito dele. Nós nem temos nada. Mesmo que o sentimento esteja gritando há algum tempo pelos quatro cantos do mundo.

E depois, uns dois dias depois, ele me chamou para conversar, mas eu não fui. Falei que estava muito atolada de trabalho, o que não deixa de ser verdade, que se fosse possível resolver por telefone seria melhor. Ele só me pediu desculpa, sem dar satisfação de nada. O Lucas me levou pra casa dele, me deixou sozinha durante a madrugada e voltou no outro dia quase que à tarde.

No meu aniversário que fizemos em alto-mar ele nem foi. Apenas respondeu quando questionou que tinha que resolver algumas coisas. E, a partir da daí, eu nem dei mais moral também.

Só que agora eu me sinto uma trouxa por estar indo com ele para Angra. Mesmo depois de tudo. Qual o sentido? Não tem.
Eu estou dando liberdade para ele achar que me tem na hora que quiser e quando quiser. Era tão mais fácil eu ter dito não.

Além que hoje faz dois meses desde que começamos a nos envolver.

- Vou passar , é? Tu se arruma e faz uma mochila com pouca coisa e veste uma roupa mais confortável porque vamos de moto.

- Só isso ou algo a mais, chefe? - pergunto. Respiro fundo levantando da cama sem mínima vontade de ir. - Se for eu vou desligar.

- Em vinte minutos estou . Sem atraso, Júlia.

Desligo. Ele nem me chamou me problemão.

E em quinze minutos ele apareceu aqui. Eu ainda estava vestido roupa quando ele ligou dizendo que estava me esperando na portaria. Terminei e desci, falei bom dia pro porteiro e parei na frente dele que veio para dar um beijo na minha boca, porém virei o rosto e acabou encostando na minha bochecha.

Sabe aquele clima chato? Está assim. Ele ficou me encarando e eu não sustetei olhar momento algum. Pigarreei com a garganta e ele reagiu.

- Tá tudo bem, Júlia?

- Eu tô ótima e você? - devolvo a pergunta. Sem tanta simpatia. - Achei que você tinha dito vinte minutos.

- Cinco era pra te ver. - reviro os olhos e pego o capacete da sua mão. - Coé, cê tá bem mermo?

- Vamos, Lucas. Angra está nos esperando.

Subi na moto e ajeitei postura, ele arrancou e pegou a via que dava caminho. Toda vez que ele acelerava eu me agarrava a ele, e a cada vez que diminuía a velocidade eu afrouxava o nosso contato, ele pareceu isso e começou a só andar em alta velocidade. Filho da puta aproveitador! Chegou uma hora que ele até colocou uma das mãos na minha perna, fazendo um carinho e eu nem pude reclamar porque sou cagada com essas motos.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora